O transtorno explosivo intermitente, como o próprio nome indica, é um transtorno psicológico que acarreta comportamentos agressivos recorrentes.
O transtorno explosivo intermitente (TEI), é popularmente chamado de síndrome do Hulk, pelo seu comportamento agressivo, gerando acesso de fúria descontrolada.
Nos quadrinhos, o Dr. Banner é um cientista brilhante porém após uma experiência mal sucedida, ele se transforma numa enorme fera descontrolada que quebra tudo ao redor quando fica com raiva, as explosões de raiva tornam em evidência o Hulk.
A síndrome é um tipo de transtorno do controle de impulsos, as explosões de agressividades recorrentes causam sofrimento ao indivíduo, ou prejuízo no funcionamento profissional e pessoal do cotidiano.
O que é transtorno explosivo intermitente? (H2)
O transtorno explosivo intermitente costuma aparecer com outros transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar e ansiedade.
Leia também: Como tratar a ansiedade: Conheça as dicas e principais tratamentos
O transtorno explosivo intermitente é caracterizado pela incapacidade de administrar impulsos agressivos, indivíduos com essa condição são levados a ter ataques de fúrias e comportamento agressivo desproporcional.
Pessoas com TEI gritam, quebram objetos, xingam, podem partir para agressão física, são vistos como pessoas difíceis nos ambientes que frequentam.
Logo após os ataques de raiva é normal se sentirem envergonhados por conta das atitudes.
As explosões de raivas do transtorno explosivo intermitente, são classificadas em dois tipos leves ou severas:
- Explosões leves
Ameaças, gestos obscenos, xingamentos, agressão física sem lesão corporal, ocorrem com um frequência média de duas vezes na semana, por um período mínimo de 3 meses.
- Explosões severas
Destruição de propriedade, ataques físicos com lesões corporais, ocorrem ao menos três episódios, dentro de um período de um ano.
A agressividade expressa durante as explosões é desproporcional em relação a provocação ou a qualquer estresse do dia a dia.
Como diagnosticar o transtorno explosivo intermitente?
O TEI nem sempre é compreendido, e é facilmente confundido por atitudes isoladas de pessoas ignorantes ou como alguns falam, pessoas com “raiva da vida”, por conta disso a procura por um tratamento é demorada.
O diagnóstico do transtorno explosivo intermitente é realizado com base no histórico do paciente e relatos familiares sobre conduta em situações diárias.
O transtorno só é comprovado quando há repetição dos comportamentos agressivos por certo tempo.
O transtorno explosivo intermitente apresenta os seguintes sintomas:
- Ataque de raiva
- Agressão física e verbal
- Irritabilidade e impaciência
- Reação descontrolada que causam a destruição de objetos
- Aumento dos batimentos cardíacos
- Impulsividade
- Tensão muscular
- Descontrole emocional
- Tremores pelo corpo
- Enxaqueca
- Sudorese
Saiba como lidar com pessoas com transtorno explosivo intermitente
Aprender a lidar com pessoas com transtorno explosivo intermitente é essencial para criar um bom convívio.
Não há mistério nesse sentido, ao perceber que o indivíduo está passando por uma crise, não adianta ficar mais estressado com a pessoa, pois ela não tem controle sobre o que está acontecendo.
Sendo assim, é necessário manter a calma e entender que aquilo não é fruto da sua vontade, uma vez que o TEI acontece por impulsos sem motivo aparente.
Agir com empatia
Agir com empatia, se colocar no lugar do outro, sentir o que o outro sente na situação vivenciada e tentar compreender sentimentos e emoções procurando experimentar o que sente o outro.
Ignore atrito superficiais
Pessoas com transtorno explosivo intermitente se irritam com tudo praticamente, a maioria dos atritos costumam ter razões superficiais, tentar ignorar esses atritos pode ajudar e procurar formas de descarregar a raiva à maneira de sua escolha.
Faça atividades saudáveis com a pessoa
Atividade física quando acompanhada de recomendação profissional, ocasiona melhoria no sistema nervoso e endócrino atuando de forma direta na saúde mental.
Assim como, libera hormônios responsáveis pelo prazer e bem-estar durante a prática de atividade física, facilitando com que a pessoa não fique estressada ou tenha um ataque de raiva.
Seja firme
Quando a pessoa com TEI sai do limite, seja firme, não dê continuidade, mas seja claro em seu posicionamento, não é necessário levantar a voz ou rebater xingamentos, manter uma postura tranquila é eficiente.
O importante é ser enfático, deixe claro sua intenção, não precisa se repetir, comunique de forma calma e escute também o que a pessoa tem a dizer, se houver algo, mas mantenha sua posição.
O que causa o transtorno explosivo intermitente?
Não se sabe quais são as causas do transtorno explosivo intermitente, porém estudiosos apontam alguns fatores que podem causar o distúrbio.
- Fatores ambientais
A maioria dos indivíduos diagnosticados com este transtorno, crescem em família ou ambientes onde o comportamento agressivo é visto como normal.
- Fatores Genéticos
Acredita se que uma das principais causas do TEI seja o comportamento genético, ele é transmitido de pais para filhos, especialmente em famílias com casos de outros transtornos.
- Fatores Biológicos
Disfunções na produção de serotonina, o hormônio da felicidade que possui ligação direta com a depressão, também podem desencadear essa condição.
Tratamentos do Transtorno explosivo intermitente
O transtorno explosivo intermitente não tem cura, o indivíduo com TEI deve fazer acompanhamento com psicólogo para compreender e controlar suas ações, em situações que costumam desencadear os acessos de raiva e como evitá-los ou como controlar a intensidade da fúria.
Em alguns casos o paciente pode ser orientado a fazer uso de medicações para auxiliar no controle das emoções, como os antiepilépticos, estabilizadores do humor, antipsicóticos e betabloqueadores.
Terapia
A terapia ajuda o portador a aprender e identificar em quais situações costumam desencadear os acessos de raiva, e como evitá-los ou como controlar a intensidade da fúria.
Além de propiciar com que a pessoa passe a ter mais autoconhecimento e autonomia, garantindo também qualidade de vida, assim como estabilidade emocional para tomar suas decisões.
Meditação
Eficaz para a saúde frente a situações de estresse, a prática da meditação tem como benefícios redução do estresse e da ansiedade, diminuição da pressão arterial, redução do ritmo respiratório.
Medicamentos
Os medicamentos mais utilizados para os tipos de transtornos explosivos intermitentes em geral são os antidepressivos e ansiolíticos, que ajudam a realizar a regulação emocional e de seus impulsos.
O uso de medicamentos não é recomendado em todos os tipos de casos, porém pelos sintomas do transtorno facilmente fazem a pessoa sair do controle, ajuda na maioria dos casos.
Internação
O serviço de internação pode sim ser utilizado no tratamento de casos de TEI, porém não em qualquer caso, apenas naqueles de situação mais grave e apreensiva, cujo qual o sistema hospitalar convencional foi incapaz de lidar.
A internação é uma alternativa de tratamento que compõe várias terapias dentro de um um modelo de tratamento individual de cada paciente, buscando sanar as necessidades e problemas de cada um.
Conclusão
O transtorno explosivo intermitente é um transtorno sério que necessita de atenção para o portador, para poder ter uma vida sem crises e sem problemas maiores ao seu dia a dia.
Dessa forma, é fundamental a procura de profissionais especializados no assunto.
É importante tentar compreender como o paciente está se sentindo, até porque, em muitos casos, as pessoas são arrebentadas com um sentimento de culpa logo após o acesso de raiva.
Então, é fundamental estar próximo da pessoa para prestar toda a assistência que ela precisar.
Caso precise de apoio, eu e minha equipe estamos à disposição aqui no Grupo Recanto!
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.