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Transtorno de despersonalização: entenda o que é, sintomas e tratamento
Publicado em: 11 de março de 2025

Atualizado em: 11 de março de 2025

Transtorno de despersonalização: entenda o que é, sintomas e tratamento

O transtorno de despersonalização é uma condição que causa a sensação de estar desconectado de si mesmo ou do mundo ao redor. 

Embora possa ser assustador, é importante saber que há tratamento e formas de lidar com ele. 

Por isso, este texto abordará o que é o transtorno de despersonalização, seus sintomas, causas e como buscar ajuda. 

Saiba que apesar do desconforto, é possível encontrar segurança e controle com o suporte adequado. 

Vamos explorar juntos esse tema!

Transtorno de despersonalização e desrealização: o que é?

O transtorno de despersonalização e desrealização é uma condição psicológica caracterizada por episódios persistentes de despersonalização (sensação de estar desconectado de si mesmo, como se observasse a própria vida de fora) e/ou desrealização (percepção de que o mundo ao redor parece irreal ou distante).

Para você entender melhor o que é esse transtorno, vamos dividir em duas partes: despersonalização e desrealização.

Despersonalização

Os episódios de despersonalização são momentos nos quais surge uma sensação de irrealidade, de estranheza ou distanciamento de si mesmo. 

Os pensamentos que atormentam são “será que sou esse corpo?” ou “tem algo de meu aqui?”. 

Além do distanciamento físico, também existe o distanciamento do sentimento, ou seja, mesmo que sinta algo por alguém ou por algo, não consegue expressar ou até mesmo sentir, por exemplo, um filho que ama a mãe mas não consegue sentir esse amor, mesmo sem nada ter acontecido.

Quem sofre com esse transtorno acaba ficando muito confuso com seus próprios sentimentos e pensamentos.

Ou seja, a pessoa não sabe mais o que é de fato seu, por não tomar propriedade, e acaba deixando de enxergar a realidade como via antigamente.

Na prática, isso leva a um estado de apatia ou até depressão.

Uma forma de bem exemplificar essa situação: a pessoa com despersonalização sente que não mais tem seu corpo, mas que está controlando um robô.

E o que é a desrealização?

Já a desrealização é uma experiência de irrealidade ou distanciamento em relação ao ambiente ao redor, ou seja, ao mundo externo.

Na desrealização o indivíduo parece estar desconectado do mundo, os objetos, como diz o DSM-5, são vistos como irreais, oníricos, nebulosos, inertes ou visualmente distorcidos. 

Quando descreve o mundo, a pessoa com esse transtorno não demonstra lucidez nem envolvimento afetivo com o ambiente, como se estivesse em um sonho. 

São sintomas que interferem em todos os sentidos do corpo: a audição, visão, tato, paladar e  o olfato.

Essas duas sensações, acontecendo com frequência e atrapalhando os afazeres e relações diárias, caracterizam o transtorno. 

No mais, vale destacar que todas essas sensações e pensamentos não podem ser fruto de consumo de drogas, medicamentos ou de uma doença.

Qual a diferença entre despersonalização e desrealização?

A despersonalização é a sensação de distanciamento de si mesmo, como se você estivesse fora do próprio corpo, enquanto a desrealização é a percepção de que o mundo externo parece irreal, distante ou distorcido.

Abaixo, confira uma tabela que detalha a diferença despersonalização e desrealização.

CaracterísticaDespersonalizaçãoDesrealização
DefiniçãoSensação de irrealidade em relação a si mesmo, como se não pertencesse ao próprio corpo.Sensação de irrealidade em relação ao ambiente, como se o mundo ao redor fosse distante ou artificial.
Sintomas principaisDistanciamento do próprio corpo e emoções, sensação de ser um observador de si mesmo.Objetos e ambientes parecem irreais, oníricos, distorcidos ou nebulosos.
Exemplos de pensamento“Será que sou esse corpo?” “Isso é realmente meu?”“O mundo parece um sonho.” “Nada ao meu redor parece real.”
Impacto emocionalConfusão sobre identidade e sentimentos, podendo levar à apatia ou depressão.Falta de envolvimento afetivo com o ambiente, sensação de desconexão do mundo.
Sentidos afetadosPrincipalmente a percepção do próprio corpo e emoções.Todos os sentidos (visão, audição, tato, paladar, olfato) podem ser alterados.
Possível analogiaSensação de estar controlando um robô.Sensação de estar em um sonho ou filme.
Causa ExternaNão pode ser causada por drogas, medicamentos ou doenças físicas.Não pode ser causada por drogas, medicamentos ou doenças físicas.

Quais os sintomas de despersonalização?

  • Dificuldade em reconhecer ou descrever emoções (alexitimia).
  • Dificuldade em se reconhecer ao olhar no espelho.
  • Embotamento emocional e físico, com pouca ou nenhuma conexão com sentimentos.
  • Percepção de ser um observador externo da própria vida, como se estivesse assistindo a si mesmo de fora.
  • Perda de controle sobre ações ou fala, como se estivesse sendo guiado por algo externo.
  • Sensação de estar desconectado do próprio corpo, mente, sentimentos ou sensações.
  • Sensação de que o corpo não pertence a si mesmo, como se fosse alheio.
  • Sentir-se desconectado de memórias, com dificuldade para recordá-las com clareza.
  • Sentir-se irreal, como um robô ou autômato, sem controle sobre ações ou palavras.

Quais são as causas do transtorno de despersonalização?

  • Abusos emocionais e físicos durante a infância.
  • Abusos físicos ou violência doméstica na vida adulta.
  • Ansiedade.
  • Cansaço extremo.
  • Depressão.
  • Estresse grave.
  • Privação de sono ou de estímulos sensoriais.
  • Processo de luto.
  • Testemunhar episódios traumáticos ou de violência extrema.
  • Uso de entorpecentes ou drogas recreativas, como maconha e alucinógenos.

Esses fatores podem desencadear ou agravar o transtorno, o que leva à sensação de desconexão de si mesmo e do mundo ao redor.

transtorno de despersonalização

Como é realizado o diagnóstico do transtorno de despersonalização? 

O diagnóstico do transtorno de despersonalização envolve uma avaliação médica e psiquiátrica detalhada para descartar outras condições que possam causar sintomas semelhantes. 

Neste cenário, é essencial que o paciente consiga descrever com clareza suas experiências, pois a expressão precisa dos sentimentos e sensações é fundamental para um diagnóstico preciso.

Isso porque o transtorno de despersonalização compartilha sintomas com outras condições, como os sintomas de esquizofrenia, do transtorno de pânico, do transtorno depressivo maior, do transtorno do estresse agudo e do transtorno do estresse pós-traumático. 

Por isso, o profissional deve ter sensibilidade e técnica apuradas para diferenciar esses quadros, além de garantir que o paciente se sinta à vontade para relatar seus sintomas sem estigmas.

No mais, de acordo com o DSM-5, os critérios para o diagnóstico incluem:

  • a presença frequente de sintomas de despersonalização e/ou desrealização que causam prejuízos significativos na vida social, profissional ou em outras áreas importantes;
  • a manutenção das provas de realidade durante os episódios (ou seja, a pessoa sabe que as sensações são distorções, logo, não correspondem à realidade objetiva);
  • a exclusão de causas relacionadas ao uso de substâncias (como drogas ou medicamentos) ou a outras condições médicas.

Esses critérios ajudam a garantir que o diagnóstico seja preciso e que o tratamento adequado do do transtorno de despersonalização seja iniciado.

Como funciona o tratamento do transtorno de despersonalização?

O transtorno de despersonalização e desrealização geralmente está associado a uma ansiedade generalizada e persistente, assim como traumas não resolvidos da infância ou até da adolescência. Ou seja, é um transtorno de somatizações, como é o caso de outros tão graves quanto.

Por isso, algumas vezes, quando são resolvidas essas questões que trazem ansiedade, naturalmente os sintomas do transtorno vão desaparecendo. Contudo, não é tão fácil como parece, por isso, é necessário o acompanhamento pelas duas frentes da saúde: o farmacológico e o terapêutico.

Por ser um transtorno de somatizações, geralmente ligada a ansiedade, por muitas vezes é utilizada, no tratamento, os antidepressivos e os ansiolíticos, com o intuito de melhor estabilizar seus sintomas, retirando a carga excessiva e pesada.

Na parte clínica, a Psicoterapia psicodinâmica e terapia cognitivo-comportamental têm apresentado boas respostas.

As abordagens cognitivas e comportamentais são eficazes para o controle do pensamento obsessivo, que é uma percepção distorcida da realidade, auxiliando no bloqueio desses pensamentos e na redução da obsessão em relação a estados irreais. As técnicas comportamentais têm o propósito de envolver as pessoas em atividades que as distraiam da despersonalização. As técnicas de ancoragem, por exemplo, utilizam os cinco sentidos – audição, tato, olfato, paladar e visão – para promover uma maior conexão consigo mesmas e com o mundo ao seu redor.

No âmbito das técnicas psicodinâmicas, o foco está em auxiliar as pessoas a lidar com conflitos insuportáveis, emoções negativas e experiências das quais sentem a necessidade de se distanciar. 

O monitoramento e a rotulagem contínuos dos episódios de dissociação e do afeto (a expressão externa de emoções e pensamentos) ajudam as pessoas a reconhecer e identificar os sentimentos de dissociação. Esse reconhecimento é benéfico para algumas pessoas, pois permite que elas se concentrem no que está acontecendo verdadeiramente no momento presente.

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O que fazer durante uma crise de despersonalização?

Durante uma crise de despersonalização, é importante reconhecer e aceitar a sensação, lembrando que ela é passageira e não representa perigo. 

Para isso, mantenha o foco no presente, com atenção aos sons e movimentos ao seu redor, ou segurando um objeto palpável para se conectar à realidade. 

Nestes casos, conversar com alguém ou praticar técnicas de respiração diafragmática pode ajudar a acalmar a mente e o corpo. 

E é importante que você evite pensamentos negativos, com esforço para lembrar que a crise é temporária. 

Após a crise, para evitar que aconteça novamente, reserve tempo para hobbies e exercícios físicos, que reduzem o estresse e a ansiedade. 

E se necessário, busque apoio psiquiátrico para orientação e tratamento adequado.

E quanto tempo dura a despersonalização?

A duração da despersonalização pode variar de pessoa para pessoa. Em alguns casos, os episódios são breves, com duração de minutos ou horas, enquanto em outros podem persistir por dias, semanas ou até mesmo se tornar crônicos.

Como a Clínica Hospitalar Recanto pode ajudar? 

A Clínica Hospitalar Recanto oferece tratamento humanizado e especializado para transtornos como a despersonalização, baseado em princípios éticos e respeito às individualidades de cada paciente. 

Com uma abordagem que valoriza a dignidade humana, a nossa clínica proporciona suporte terapêutico, medicamentoso e emocional, tudo para ajudar na recuperação e no equilíbrio mental.

Conte conosco para um tratamento humanizado e especializado, com foco no seu bem-estar e recuperação.

Conclusão

O transtorno de despersonalização, embora desafiador, pode ser tratado com abordagens terapêuticas e medicamentosas adequadas. 

Como você viu por aqui, reconhecer os sintomas, buscar ajuda profissional e adotar estratégias para lidar com as crises são passos essenciais para recuperar o equilíbrio emocional. 

E a Clínica Hospitalar Recanto oferece a você suporte especializado e humanizado, com foco no respeito e na recuperação integral do paciente. 

Conte conosco para superar o transtorno de despersonalização e retomar o controle da sua vida.

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