A crise de abstinência é resultado de uma adaptação neurológica do cérebro do usuário de drogas e os sintomas podem ser os mais diversos.
O sistema de recompensa cerebral, onde os neuro transmissores de prazer atuam, normalmente funciona de forma equilibrada, pois há um padrão genético em cada indivíduo.
É nele que temos prazer e saciedade em comer, beber e fazer sexo, ou seja, nosso centro do prazer.
A crise de abstinência é um grupo de sinais e sintomas que atinge o dependente químico, causando desconforto psíquico (irritação, angústia, depressão, agitação, etc.. Quanto maior o consumo, maior a crise.
Continue a leitura deste artigo para descobrir quais são os sintomas da crise de abstinência e tire todas as suas dúvidas sobre o assunto.
Sintomas da crise de abstinência causada por drogas depressoras do SNC
Os depressores do Sistema Nervoso Central causam síndrome de abstinência com características clínicas semelhantes. Elas diferem quanto ao início de apresentação, dependendo de sua meia-vida.
Para as substâncias com meia vida mais curta, os sintomas de abstinência iniciam-se antes do que para aquelas de meia-vida prolongada.
Estas, por sua vez, tendem a causar sintomas menos intensos, uma vez que o organismo teria mais tempo para reajustar sua homeostase (equilíbrio do SNC) quando o tempo para a eliminação da droga é maior.
As principais características clínicas da crise de abstinência das drogas deste grupo refletem uma hiperatividade autonômica (aumento da temperatura corpórea, aumento da frequência do coração e da respiração, aumento da pressão arterial, suor excessivo) associada à ansiedade, insônia, tremor e agitação.
Estes sintomas podem ser leves, moderados ou graves. Nestes últimos, os sintomas são mais intensos e associam-se a alucinações visuais e/ou auditivas, sendo as visuais mais frequentes. Os pacientes geralmente ficam bastante agitados e assustados.
Em alguns casos, o quadro pode evoluir com rebaixamento do nível de consciência, manifestado por desorientação têmporo-espacial e confusão mental.
Geralmente há aumento da pressão arterial, da temperatura corpórea e vômitos. Todos os pacientes neste estágio, conhecido como delirium tremens, devem ser hospitalizados.
A taxa de mortalidade varia de 2 a 5%, geralmente por falência cárdio-respiratória. Convulsões podem ocorrer em qualquer estágio das crises de abstinência, mas acontecem com mais frequência nas primeiras 72 horas.
O tratamento farmacológico da abstinência das drogas deste grupo consiste na administração de substâncias com tolerância cruzada, tal como diazepam, e posterior retirada gradativa.
Sintomas da crise de abstinência de maconha
Recentemente que a crise de abstinência da maconha teve relevância científica e sua validade, sendo os seus principais sintomas: irritabilidade, nervosismo, ansiedade e inquietação, depressão, raiva, insônia, sonhos angustiantes, diminuição do apetite, cefaleia (dor de cabeça) e “fissura”.
A gravidade da crise de abstinência foi maior naqueles que tinham também outros transtornos psiquiátricos e uma frequência grande de consumo.
Em poucos dias, comumente, os sintomas desaparecerão, entretanto, alguns estudos demonstram que podem durar mais tempo, conforme o grau de dependência e consumo do indivíduo.
O pior sintoma é a fissura, que é muito mais forte nos primeiros dias, mas tem uma tendência de diminuir com o passar do tempo.
Quanto maior o tempo de abstinência mais a vontade de usar irá diminuir. Pessoas em recuperação relatam que a vontade atinge um pico, mas se for vencida vai diminuir e se tornar quase imperceptível.
Daí a importância de manter a abstinência. Há um jargão da recuperação, vontade e fissura dá e passa e nunca se morre de vontade, se morre do uso de drogas, mas de vontade não. Confira no nosso blog um texto específico só sobre a maconha: Desintoxicação de canabinoides: como limpar o organismo.
Os sintomas da crise de abstinência do álcool
A pessoa que faz uso excessivo de bebidas alcoólicas, ao longo do tempo, desenvolve a dependência do álcool, conhecido como “alcoolismo”.
Como uma pessoa é levada ao alcoolismo? Os fatores são variados e têm origens diversas como a biológica, psicológica, social, cultural e espiritual. Podemos considerar que é uma contribuição de todos estes fatores.
A dependência do álcool atinge cerca de 10% da população adulta no Brasil. O usuário pode beber de forma usual, abusiva e dependente. Esta transição de uma fase a outra pode ou não ocorrer e, quando acontece, é de forma lenta e leva vários anos.
Os sinais do alcoolismo são: a tolerância, o aumento da importância do álcool na vida da pessoa; a compulsão de beber e da falta de controle em relação a quando parar; crise de abstinência (aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber) e o aumento da ingestão de álcool para aliviar a crise de abstinência.
A crise de abstinência do álcool acontece quando o dependente alcoólico reduz ou para bruscamente a ingestão de bebidas alcoólicas após período de consumo crônico.
Os sintomas da crise têm início em torno de 6 a 8 horas após a interrupção da bebida.
Os sinais da crise de abstinência do álcool são caracterizados pelo tremor das mãos, que é acompanhado de distúrbios gastrointestinais e de sono, além de um estado de inquietação geral.
Apenas 5% dos alcoolistas que entram em abstinência irão progredir para a crise de abstinência severa ou “delirium tremens” que, além da intensificação dos sintomas acima referidos, há tremores generalizados, agitação intensa e desorientação no tempo e espaço.
O que é o “delirium tremens”
É um estado de confusão causado pela intoxicação. É de curta duração e ocorre como resultado de parar de beber para os indivíduos dependentes e crônicos. É uma complicação da crise de abstinência alcoólica, seus sintomas mais importantes:
- Estado de perturbação da consciência, caracterizado por ofuscação da vista e obscurecimento do pensamento e confusão;
- Alucinações onde acredita ser verdadeira e afeta os sentidos;
- Acentuado tremor.
Os sintomas ocorrem com mais intensidade de 24 a 150 horas após parar de usar, o período mais crítico é de 72 a 96 horas.
As convulsões ocorrem entre 7 a 48 horas após cessar o uso do álcool. É outra complicação da crise de abstinência alcoólica. Elas costumam ser severas, generalizadas e, provocam a perda de consciência, seguidas por movimentos convulsivos nos quatro membros.
É comum ocorrer de três a quatro convulsões em 2 dias, mas pode ser apenas um episódio. As causas das convulsões são: hipocalemia, hipomagnesemia, história prévia de convulsões por abstinência e epilepsia concomitante.
Sintomas de crises de abstinência causadas por drogas estimulantes do SNC
A gravidade da síndrome de abstinência das drogas estimulantes do SNC dependerá da tolerância desenvolvida para os depressores do SNC (frequentemente há uso associado de drogas dos dois grupos), da potência da droga, tempo de uso e via de administração.
As síndromes de abstinência mais graves estão associadas a cocaína e metanfetaminas administradas via endovenosa ou fumadas.
Os sintomas de abstinência comuns a todas as drogas deste grupo incluem:
- Depressão;
- Hipersônia;
- Fadiga;
- Cefaléia;
- Irritabilidade;
- Dificuldade de concentração;
- Inquietação;
- Os pacientes podem experimentar um “craving” intenso pela droga;
- Em casos graves de depressão, o paciente pode tentar suicídio.
Os sintomas característicos da abstinência de cocaína incluem anedonia (perda da capacidade de sentir prazer), depressão e ideação suicida, que podem persistir por seis meses, principalmente quando a via de uso era injetável ou fumada.
A abstinência de anfetamina é muito similar à de cocaína, porém a psicose anfetamínica pode persistir após o quadro de intoxicação e durante o período de pós-abstinência, com sensação de persecutoriedade, paranóia, comportamento compulsivo, alucinações visuais e auditivas.
Este quadro é difícil de ser diferenciado de patologia orgânica e geralmente está relacionado ao uso prolongado de altas doses de anfetamina.
Já os sintomas de abstinência de nicotina são mais duradouros, sendo que a anorexia, “craving” e busca pela droga podem persistir por meses.
Os sintomas mais imediatos são irritabilidade, dificuldade de concentração e fatigabilidade.
O tratamento da síndrome de abstinência dos estimulantes do SNC em geral é sintomático. Os quadros de paranóia devem ser tratados com neurolépticos como haloperidol e risperidona.
As síndromes depressivas devem ser tratadas com antidepressivos, os quais devem ser mantidos por 3 a 6 meses. Para abstinência de nicotina, utilizam-se adesivos ou gomas de mascar de nicotina e antidepressivos como bupropiona e nortriptilina.
A crise de abstinência de cocaína é identificada em três fases
Fase 1 – Crash:
Redução intensa e imediata da energia e do humor, o dependente químico chega a ficar com lentificação e fadiga.
O Crash se apresenta logo após cessar o uso, pois há uma queda brusca da dopamina no sistema de recompensa cerebral.
Há a presença de fissuras, ansiedade, paranóia e depressão. Após, há um período de 8 horas a 4 dias de cansaço e muita sonolência para o indivíduo.
Fase 2 – Abstinência:
Esta fase começa de 12 a 96 horas após o crash e pode durar de 2 até 12 semanas. Decorre do aumento do número e da sensibilidade dos receptores de dopamina.
A perda de sentimento de prazer é importante neste período e contrasta com as memórias eufóricas do uso.
A presença de fatores e situações desencadeadoras de fissura normalmente suplantam o desejo de se manter em abstinência e as recaídas são comuns nessa fase.
Ansiedade, hiper/hipotonia, hiperfagia e alterações psicomotoras (tremores, dores musculares, movimentos involuntários) são outros sintomas típicos dessa fase.
Fase 3 – Extinção:
Nesta fase, ocorre a resolução completa dos sinais e sintomas físicos. A fissura é o sintoma residual que aparece eventualmente, condicionado a lembranças do uso e seus efeitos.
Seu desaparecimento é gradual e pode durar meses ou anos.
Por que um dependente químico tem crise da abstinência?
O cérebro que se adaptou ao uso de drogas considera a presença constante da droga e tenta se adaptar e obter um novo equilíbrio, mesmo com a presença do químico e a quantidade exacerbada de neurotransmissores e o prazer efêmero.
Assim, muitas vezes o dependente químico busca o uso de drogas não para ficar louco ou bêbado, e sim para obter e retornar ao equilíbrio mental e neural para voltar a realizar suas tarefas (físicas e cognitivas) habituais.
Algumas vezes, o álcool e drogas são usados também para aliviar os sintomas da própria crise de abstinência, e isso é muito reconfortante, pois melhora imediatamente após a ingestão da droga.
A adaptação neuronal, quando há a presença de drogas, torna o sistema nervoso central mais sensível à abstinência ou a redução do uso.
Assim, estas adaptações, causarão os desconfortos psíquico e físico frente a falta das substâncias psicoativas. Estes desconfortos são conhecidos por crises de abstinência.
Com a saída das drogas, o sistema nervoso começa a ficar estimulado: eis o início dos sintomas de abstinência.
O uso de droga e a crise de abstinência: um ciclo vicioso
O processo da crise de abstinência é cíclico e se torna vicioso. Ele inicia com o consumo de álcool ou drogas que provoca alterações no sistema de recompensa cerebral, através de seus efeitos agudos, então frente ao uso frequente e prolongado da substância, o organismo provoca neuroadaptações. São elas:
- A adaptação de oposição: que é um mecanismo que tem como objetivo derrotar os efeitos da droga fazendo uma força contrária dentro das células.
- A adaptação de prejuízo: o corpo cria um mecanismos para dificultar a ação das drogas por cima das células, este processo é feito através da redução do número de neuroreceptores (dow regulation) que reduz a eficiência do corpo na sua capacidade de ter prazer.
Estas neuroadaptações têm a finalidade de recuperar o equilíbrio perdido, criando assim a tolerância no organismo do dependente químico.
O dependente para ou diminui o uso de drogas ou álcool e, com esta interrupção do consumo, a adaptação neurológica aparece, fazendo surgir uma sintomatologia no sentido oposto aos efeitos da droga. Essa é a crise de abstinência, que durará enquanto o equilíbrio anterior (sem drogas) não for restabelecido.
Esta adaptação durará enquanto tiver a abstinência, contudo o retorno ao uso fará todo o ciclo começar novamente, fazendo os efeitos agudos ressurgirem e voltar ao ciclo vicioso.
Quanto maior a tolerância, maior será a crise de abstinência
Tolerância é a capacidade das células de se adaptarem à atuação da droga, para que possam voltar a uma função aparentemente normal.
Assim, será necessário um consumo maior de drogas para produzir os mesmos efeitos e perturbações funcionais que foram produzidas na primeira exposição da célula à droga.
A tolerância é uma adaptação celular ao consumo de drogas, e a adaptação se torna tão intensa que a célula não funciona normalmente na ausência da substância psicoativa.
Uma perturbação funcional (síndrome de abstinência) ocorre quando a droga é suprimida.
O processo de abstinência
O processo de abstinência, também conhecido como síndrome da abstinência, acontece quando existe a ausência da substância química no corpo da pessoa, durante certo período de tempo. E pode variar de pessoa para pessoa.
Desta forma, a pessoa que fica sem consumir a droga, no processo de abstinência começa a sentir sintomas desagradáveis que estão relacionados tanto ao seu corpo, quanto a sua mente, como por exemplo: irritabilidade, agressividade, náuseas, vômitos, confusão mental, tremores, entre outros.
A abstinência também faz parte do processo de recuperação do paciente. É na abstinência que o paciente fica sem a droga e entra no processo de desintoxicação das substâncias químicas em seu organismo. A abstinência também é necessária para que o paciente seja desintoxicado e para que o procedimento medicamentoso seja iniciado.
Tratamentos para abstinência
Com o objetivo de proporcionar uma abstinência mais duradoura, algumas medidas gerais devem ser tomadas, independentes das substâncias psicoativas em questão.
O tratamento farmacológico iniciado precocemente pode reduzir a frequência e a magnitude de algumas complicações, porém só deve ser utilizado após terem sido traçados os objetivos gerais do tratamento.
É preciso avaliar o local onde se dará o início do tratamento, que deverá oferecer medidas de suporte clínico e psicológico.
A maior parte dos pacientes pode ser mantida em tratamento ambulatória!, porém aqueles que já tenham antecedentes de síndrome de abstinência grave, com confusão mental, delirium ou crises convulsivas, se beneficiam do tratamento em regime de internação.
Na internação o manejo psiquiátrico é a base do tratamento para pacientes com dependência química e crise de abstinência, este tratamento não pode ser apenas do quadro de abstinência e sim da dependência química como um todo, e tem os objetivos específicos:
- Estabelecer e manter uma aliança terapêutica;
- Monitorar o estado clínico do paciente;
- Diagnosticar e tratar eventuais comorbidades;
- Tratar a intoxicação e a crise de abstinência;
- Desenvolver e facilitar a aderência ao plano de tratamento;
- Promover conscientização sobre a dependência química;
- Prevenir recaídas;
- Manutenção da abstinência.
O tratamento farmacológico da dependência química é de menor efetividade quando comparado aos tratamentos integrados e multidisciplinar e se limitado a três episódios:
- Intoxicação,
- Crise de abstinência,
- Complicações clínicas.
É importante monitorar os pacientes na crise de abstinência, pois há potenciais emergências de pensamentos suicidas, de auto ou heteroagressão ou abandono precoce do tratamento, levado pela fissura, que é presente na crise de abstinência. A avaliação do estado psiquiátrico também é necessária para assegurar que o paciente esteja recebendo o tratamento apropriado e acompanhar sua resposta a ele.
Os pacientes agudamente intoxicados necessitam de monitoração clínica em um ambiente seguro, visando diminuir a estimulação externa e promover reorientações e testes de realidade.
Os cuidados clínicos são direcionados a verificar:
- Quais substâncias foram utilizadas;
- A dose;
- O tempo decorrido desde a última dose;
- A evolução dos sinais de intoxicação;
- Outras informações diagnósticas.
O tratamento é também dirigido para acelerar a remoção da substância do organismo, a qual pode ser realizada através de lavagem gástrica, no caso de drogas que foram ingeridas recentemente, ou através de técnicas que aumentam a taxa de excreção da mesma ou de seus metabólitos ativos. Os efeitos das drogas podem ainda ser revertidos através da administração de medicamentos que antagonizam seus efeitos.
Locais de tratamento da crise de abstinência
Usuários com crise de abstinência podem ser tratados em hospitais, em clínicas especializadas para a dependência química que provem as internações, quanto em ambulatórios. Não há como garantir com toda a eficácia qual o ambiente é o mais indicado, pois ele depende do paciente, da droga utilizada e do nível de dependência de cada usuário.
Precisamos deixar claro que a crise de abstinência pode, principalmente no álcool, assim como outras drogas, colocar o dependente em risco de óbito, e assim, deve ser tratada em internações em hospitais ou clinicas especializadas, e o mesmo precisa de acompanhamento médico 24 horas, pois o dependente precisa ser assistido em tempo integral.
Tratamento em clínicas especializadas de dependência química
A crise de abstinência é acompanhada por distúrbios ou doenças clínicas e psiquiátricas, e com isto aumentar os sintomas da crise de abstinência e comprometer a evolução do tratamento.
Assim o cuidado médico precisa perceber e tratar estas enfermidades para um estado de melhora geral do paciente.
Estas possíveis doenças clínicas e psiquiátricas devem ser detectadas a partir da anamnese com exames físicos complementando com os exames laboratoriais e entrevistas psiquiátricas, psicológicas e terapêuticas.
Quanto tempo dura uma crise de abstinência?
O tempo da crise de abstinência, dura em média 4 a 6 semanas, mas os sinais
e sintomas da crise de abstinência vão variar de acordo com:
- A substância utilizada;
- O tempo transcorrido desde a última dose;
- A taxa de eliminação e meia-vida da substância em questão;
- A existência ou não de quadros clínicos ou psiquiátricos concomitantes (comorbidades);
- Características biológicas e psicossociais do indivíduo;
Como evitar crises de abstinência?
Uma crise de abstinência está ligada à necessidade do dependente de consumir aquela droga diária, que já faz parte da sua rotina e que seu corpo se encontra habituado.
Sendo assim, sendo identificada a dependência química, uma das melhores decisões é o processo de reabilitação através da internação. Durante esse processo de abstinência o paciente é trabalhado em sua saúde mental, física, social e ocupacional. Além disso, a pessoa aprende a construir e colocar em prática hábitos saudáveis que a ajudem em sua nova qualidade de vida e, assim, crises podem ser evitadas.
Evite lugares frequentados por usuários de drogas
O ideal para quem está em processo de recuperação, é evitar lugares em que existe o consumo frequente de drogas. Com isso, a pessoa que se encontra em recuperação, precisa construir um novo estilo de vida, que o auxilie a se manter na abstinência.
Evitar lugares que possuem usuários, também faz parte do final do tratamento de internação do dependente químico e se mostra tão importante quanto continuar a frequentar atendimentos psicológicos, médicos e manter a qualidade de vida.
Tenha uma alimentação saudável
Um dependente químico quando consome drogas fica com sua nutrição debilitada, uma vez que a mesma pode fazer com que a pessoa perca o seu apetite. Assim como a alimentação é fundamental na vida de todos, com o dependente químico não é diferente.
A alimentação é extremamente importante para que o indivíduo consiga repor os nutrientes que estão em falta no seu organismo.
Com uma alimentação saudável, o corpo é capaz de se recuperar das agressões causadas pelo uso das substâncias químicas. Pois, através da alimentação, ele estará mais bem disposto para continuar em processo de manutenção da abstinência de drogas e se manter em tratamento.
Faça atividades físicas
A serotonina e a dopamina são hormônios que causam grande satisfação e alívio, e muitas delas são encontradas quando usam-se drogas que estimulam uma alta produção dessas substâncias.
Com a atividade física, esses hormônios, junto com a endorfina, são produzidos em altos níveis, de maneira saudável, com a prática regular de exercícios físicos. Além dela aumentar o metabolismo e diminuir o cortisol, também nos traz de volta um condicionamento físico benéfico à saúde, para que possa existir assim uma melhor qualidade de vida.
Encontre um hobby
Um hobby pode acabar sendo muito benéfico para o dependente químico, fazendo com que ele possa enxergar e descobrir novas atividades que o auxiliem na manutenção da abstinência.
Qualquer hobby é válido, podendo ser relacionado à arte/criação, como pintura, artesanato, escrita, música etc. Bem como praticar um esporte, ler livros, assistir a filmes ou algo que seja prazeroso para quem se encontra nesse processo de recuperação. O que pode ajudar a fazer com que a pessoa sinta satisfação na execução daquela atividade, tirando o foco da abstinência.
Cumpra pequenas tarefas diárias
Ao cumprir pequenas tarefas do dia a dia, o indivíduo em processo de recuperação pode acabar criando uma rotina para si, conseguindo organizar o seu próprio ambiente, o que pode ser útil para que ele se sinta ainda mais motivado.
E cumprindo as tarefas cotidianas o paciente também consegue ocupar sua mente, consegue se dar uma funcionalidade, podendo gerar um sentimento de utilidade. O que pode ser realizado tanto para si próprio quanto em prol das outras pessoas, o auxiliando em seu processo de reinserção social.
Conclusão
Tratar a crise de abstinência em um ambiente adequado, e com acompanhamento médico (clínico e psiquiátrico) vai diminuir os sintomas e sofrimento do paciente.
Temos que lembrar que o processo de recuperação da dependência é lento, doloroso e repleto de obstáculos, portanto, prever e criar formas para lidar com esses obstáculos deve ser um objetivo do processo psicoterápico.
Quando se faz necessário tratar sintomatologia que as drogas causam às pessoas, estas devem ser encaminhadas aos serviços médicos especializados. .
Partimos do pressuposto que um dependente químico ao fazer a interrupção do uso de qualquer substância química, isso pode lhe acarretar problemas físicos e psíquicos, que fazem parte dos sintomas e sinais da crise de abstinência.
Dramatizar a crise de abstinência, muitas vezes, é um jogo das pessoas que querem parar de usar drogas, porém não estão dispostas a lutar verdadeiramente para conseguir.
Isto reforça o comportamento típico do dependente químico, ou seja, conseguir alguma coisa sem, na verdade, “lutar para”, como é a dinâmica que a vida impõe a todos os seres humanos. A droga esconde o sentimento de incapacidade, falência, impotência, etc.
A dependência química não pode ser tratada apenas com medicação e alívio do sofrimento que a crise de abstinência causa.
É preciso trabalhar a conscientização da doença, trabalhar a prevenção de recaída e pôr fim a sua ressocialização.
O maior benefício da clinica especializada em dependência química é não só tratar da crise de abstinência, mas sim fazer o dependente entrar em contato consigo mesmo, mudar seu estilo de vida e manter a sua abstinência completa.
Você precisa de ajuda ou conhece alguém que precisa?
Tudo o que um dependente químico necessita nesse momento de dificuldade, é de compreensão, paciência e de muito apoio.
O Grupo Recanto é uma clínica de referência no tratamento da dependência química, que já ajudou mais de 3000 famílias e se livrarem dos problemas com álcool e drogas.
Temos mais de 100 profissionais qualificados, que irão oferecer a você ferramentas fundamentais para o início de uma nova vida.
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.