A síndrome alcoólica fetal (SAF) é um conjunto de distúrbios causados pela exposição do feto ao álcool durante a gestação, o que resulta em danos no desenvolvimento físico e neurológico ao recém nascido.
Para que você entenda melhor sobre essa condição, neste texto abordaremos o que é a SAF, seus sintomas, diagnóstico, causas e consequências a curto e longo prazo para o bebê.
Além disso, exploraremos os transtornos do espectro alcoólico fetal e as opções de tratamento disponíveis para a condição.
O que é a síndrome alcoólica fetal (SAF)?
A síndrome alcoólica fetal é um distúrbio causado pela exposição do feto ao álcool durante a gestação, que resulta em danos no desenvolvimento físico e cognitivo do bebê e pode levar a defeitos faciais, atrasos no crescimento e dificuldades de aprendizado.
E quais são os transtornos do espectro alcoólico fetal?
Os transtornos do espectro alcoólico fetal (TEAF) incluem diversas condições causadas pela exposição ao álcool durante a gestação, com efeitos que variam amplamente entre as crianças e podem afetar aspectos físicos, comportamentais e de aprendizado.
Veja abaixo quais são.
- Síndrome Alcoólica Fetal (SAF): forma mais grave, com problemas de comportamento, aprendizado e crescimento físico, que afeta diversas partes do corpo.
- Transtorno do Neurodesenvolvimento Relacionado ao Álcool (ARND): envolve deficiências intelectuais e problemas comportamentais e de aprendizagem, mas sem alterações físicas.
- Defeitos Congênitos Relacionados ao Álcool (ARBD): alterações físicas presentes no nascimento, como problemas auditivos, visuais, cardíacos, renais e ósseos, sem impacto no aprendizado.
- Transtorno Neurocomportamental Associado à Exposição Pré-natal ao Álcool (ND-PAE): afeta o funcionamento diário, com dificuldades cognitivas, comportamentais e sociais.
- Síndrome Alcoólica Fetal Parcial (PFAS): apresenta sintomas semelhantes à SAF, porém de forma menos intensa, pois não atende aos critérios completos para o diagnóstico.
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Como é feito o diagnóstico da síndrome alcoólica fetal (SAF)?
O diagnóstico da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) é realizado de forma clínica, com base em quatro critérios principais:
- deficiência de crescimento: a criança apresenta dificuldades de crescimento, tanto pré-natal quanto pós-natal;
- danos cerebrais permanentes: isso inclui anomalias neurológicas, atraso no desenvolvimento, deficiência intelectual e dificuldades de aprendizagem e comportamento;
- características faciais anormais: alterações como aberturas oculares estreitas, lábio superior fino e reduzido;
- histórico de consumo de álcool pela mãe durante a gestação.
Apesar de sua gravidade, estima-se que menos de 1% das crianças com SAF sejam diagnosticadas, pois o processo é complexo e exige uma equipe multidisciplinar.
Além disso, as características faciais da síndrome tendem a suavizar com o tempo, o que dificulta o diagnóstico em idades mais avançadas.
E a falta de informações específicas também contribui para a dificuldade, mas quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, melhores são as chances de intervenção e suporte para a criança.
O que causa a síndrome alcoólica fetal?
A Síndrome Alcoólica Fetal é causada pela exposição do feto ao álcool durante a gestação. E aqui, vale ressaltar que não existe quantidade segura de álcool para o consumo durante a gravidez, pois qualquer ingestão pode afetar o desenvolvimento fetal de maneira prejudicial.
Além da SAF, o consumo de álcool durante a gestação pode aumentar o risco de complicações graves, como aborto espontâneo e nascimento prematuro, que também têm sérias consequências para a saúde da mãe e do bebê.
Então, a melhor forma de prevenir a SAF é evitar completamente o álcool durante toda a gravidez.
Quais são os sintomas da síndrome alcoólica fetal?
- Alterações faciais: olhos pequenos, lábio superior fino, nariz curto, pouca separação entre nariz e boca, e presença de apêndices faciais (pequenas verrugas ou crescimentos anormais em nariz, bochechas e orelhas).
- Alterações físicas: microcefalia (tamanho reduzido da cabeça e cérebro), problemas de visão e audição, deformidades nas articulações, defeitos em órgãos como coração, rins e ossos, e crescimento lento.
- Sintomas cognitivos e neurológicos: dificuldade de concentração, memória e aprendizado, além de problemas de coordenação motora e equilíbrio, impulsividade, dificuldade na solução de problemas e na compreensão das consequências.
- Desafios ao longo da vida: tendência ao abuso de substâncias, agressividade, depressão, ansiedade e hiperatividade.
- Outros problemas: disfunções sexuais, anorexia e outros distúrbios alimentares, dificuldades de julgamento e fraco desempenho escolar.
- Riscos elevados: morte precoce por acidentes ou suicídio.
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O que acontece com o bebê quando a mãe bebe bebida alcoólica?
Quando a mãe consome álcool, ele pode afetar diretamente o bebê. Neste cenário, a curto prazo, o álcool no leite materno pode causar agitação, alterações no sono e fraqueza, o que leva a períodos de sono profundo.
Além do mais, o álcool altera o sabor e o cheiro do leite, o que pode fazer o bebê recusar a amamentação.
Reforçamos que a amamentação é crucial para fortalecer o sistema imunológico do bebê, prevenir infecções e promover o desenvolvimento cognitivo.
E os riscos a longo prazo para o bebê?
Os riscos a longo prazo para o bebê causados pelo consumo de álcool durante a gestação incluem:
- transtornos do neurodesenvolvimento: TDAH, Transtorno do Espectro Autista (TEA), dislexia, deficiência intelectual, Síndrome de Rett;
- impactos no Sistema Nervoso Central (SNC): danos ao cérebro e ao crescimento;
- problemas cognitivos e comportamentais: dificuldades em aprendizagem, memória, atenção, linguagem e comportamento;
- desafios sociais: dificuldade em interagir com outras pessoas;
- impactos no desempenho escolar e social: comprometimento do desenvolvimento e dificuldades em áreas acadêmicas e sociais;
- danos irreversíveis: lesões cerebrais permanentes e comprometimento do ganho de peso e crescimento.
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Qual o tratamento da síndrome alcoólica?
Não há cura para a síndrome alcoólica fetal, mas intervenções precoces podem ajudar a reduzir desafios.
Aqui, os tratamentos incluem cuidados médicos para problemas físicos, como visão e audição, terapias para habilidades sociais, motoras e cognitivas, além de apoio psicológico, serviços educacionais e orientação para pais.
Todos os tratamentos com foco em melhorar a qualidade de vida.
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A Clínica Hospitalar Recanto é especializada na reabilitação de dependentes químicos, pois oferecemos atendimento médico 24 horas.
Em nosso espaço, contamos com uma unidade exclusiva para mulheres, que proporciona um ambiente seguro e acolhedor para elas.
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Conclusão
A síndrome alcoólica fetal (SAF) é uma condição grave resultante da exposição ao álcool durante a gestação, que afeta o desenvolvimento físico e cognitivo do bebê.
Embora não haja cura, o diagnóstico precoce e as intervenções especializadas podem melhorar a qualidade de vida e ajudar a lidar com os desafios decorrentes.
Neste cenário, cuidados médicos contínuos e suporte psicológico são essenciais.
Para isso, conheça a Clínica Hospitalar Recanto e saiba como podemos apoiar sua jornada de recuperação.
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.