Você sabe quais são as drogas mais utilizadas no Brasil e no mundo? Neste artigo, apresentamos uma análise detalhada baseada em estudos recentes que levantaram dados sobre o consumo de substâncias lícitas e ilícitas.
Esses estudos nos fornecem uma visão abrangente do panorama nacional e internacional, revelando como o uso dessas substâncias afeta a vida de milhões de pessoas, incluindo dependentes e seus familiares.
Compreender essa realidade é fundamental para nós, especialistas no tratamento da dependência química, pois nos permite avaliar e aprimorar as abordagens terapêuticas e preventivas.
Ao nos debruçarmos sobre esses dados, podemos atualizar nossos métodos e estratégias, garantindo uma intervenção mais eficaz e adaptada às necessidades atuais.
Nos informando sobre as tendências de consumo e também como uma ferramenta importante para melhoria das políticas de saúde pública relacionadas à dependência química.
Um panorama sobre o consumo de drogas no Brasil na atualidade
Uma das pesquisas mais atuais e completas sobre o consumo de drogas no Brasil é o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Sua versão mais recente revelou, por exemplo, que 3,2% dos brasileiros usaram substâncias ilícitas no último ano do estudo. Em números absolutos, isso corresponde a 4,9 milhões de pessoas.
O estudo apontou que 26,4 milhões de brasileiros já fizeram uso de algum produto com a substância no último ano – isso corresponde a 17,3% da população nacional. Os cigarros industrializados são a preferência de 23,4 milhões.
Quando analisado somente o número de pessoas que fumaram cigarros industrializados alguma vez na vida, esse percentual sobe para 51 milhões.
Ao fazermos um comparativo por gênero, uma vez mais os homens ficam à frente das mulheres. Para focar só em um parâmetro, dos quase 21 milhões que disseram ter fumado no último mês, 12 milhões são do sexo masculino e quase 9 milhões do feminino.
A cocaína foi a segunda droga mais apreendida no período, com 39,3 toneladas. Em 2018, foram 79,2 toneladas no total. Completa a lista o ecstasy, com quase 470 mil comprimidos, e o LSD, com 21.414 selos – somadas as apreensões de 2018 e 2019 registradas na base de dados.
Em junho de 2020, a Polícia Federal, em conjunto com a Força Nacional de Segurança Pública, incinerou 28 toneladas de maconha, maior apreensão de drogas da história brasileira.
Diferentes tipos de drogas consumidas no país?
As drogas, quanto à sua composição, podem ser classificadas em três categorias diferentes: naturais, sintéticas e semissintéticas.
Drogas naturais
São aquelas que têm o seu princípio ativo extraído de plantas.
Os casos mais comuns são a maconha e o ópio, derivados, respectivamente, da cannabis e da papoula.
Drogas sintéticas
São as drogas fabricadas artificialmente em laboratório. Entre as mais conhecidas, estão o LCD e o ecstasy.
Drogas semissintéticas
São um misto dos dois modelos anteriores. Ou seja, elas têm origem natural e, depois, são modificadas quimicamente.
A cocaína é o maior exemplo disso: originalmente, ela é extraída da folha de coca, mas recebe a adição de outros componentes químicos para sua produção.
A heroína e o crack são outros dois casos bem conhecidos de drogas semissintéticas.
Quais são as 16 drogas mais usadas pelos brasileiros?
Observar a última edição do Lenad mais a fundo nos permite entender melhor a realidade do consumo de drogas no Brasil, elencando quais são as substâncias lícitas e ilícitas mais usadas por aqui.
Acompanhe!
Drogas lícitas
O estudo conduzido pela Fiocruz mapeou o uso de três drogas lícitas no Brasil: álcool, tabaco e medicamentos não prescritos.
1. Bebidas alcoólicas
O álcool é a droga lícita mais usada no Brasil.
Segundo o estudo, 66,4% das pessoas bebeu ao menos uma vez na vida. Já 43,1% informaram ter bebido no último ano e 30,1% no último mês.
Entre os homens, 74,3% responderam que consumiram bebida alcoólica em algum momento de suas vidas – 51,6% no último ano e 38,8% no último mês.
Já entre as mulheres, os percentuais foram de 59%, 35% e 21,9% respectivamente.
Os números que mais preocupam, no entanto, não são esses, mas sim os do chamado binge drinking, que corresponde ao consumo abusivo de álcool em um único episódio – em geral, cinco ou mais doses.
Aproximadamente 25 milhões de brasileiros, ou 16,5% dos entrevistados, demonstraram esse tipo compulsão pela bebida.
Novamente, o índice entre os homens (24%) foi maior do que o registrado entre as mulheres (9,5%).
2. Tabaco
O tabaco é a segunda droga ilícita mais consumida no país.
O estudo apontou que 26,4 milhões de brasileiros já fizeram uso de algum produto com a substância no último ano – isso corresponde a 17,3% da população nacional.
Os cigarros industrializados são a preferência de 23,4 milhões.
Quando analisado somente o número de pessoas que fumaram cigarros industrializados alguma vez na vida, esse número sobe para 51 milhões.
O percentual é maior entre os homens (5%), enquanto o total de mulheres equivale a 1,5%. Na questão etária, o consumo mais elevado foi registrado entre os jovens: 7,4% dos brasileiros entre 18 e 24 anos assumiram ter usado drogas ilegais.
O estudo também estimou o grau de dependência do brasileiro à nicotina. Para isso, foi utilizada a Escala de Fagerstrom, que atribui pontuações para classificar o nível de dependência.
Considerando aqueles que responderam ter fumado nos últimos 30 dias, 4,9 milhões tiveram notas acima de 6, que apontam para parâmetros elevados ou muito elevados de dependência.
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3. Medicamentos não prescritos
Os medicamentos não prescritos por profissionais da saúde ou utilizados para fins distintos da recomendação médica correspondem à terceira droga lícita mais usada no Brasil.
O levantamento divide os remédios em seis categorias: anabolizantes, anfetamínicos, anticolinérgicos, barbitúricos, benzodiazepínicos e opiáceos.
Entre todos, os medicamentos ansiolíticos e hipnóticos (benzodiazepínicos) são os mais consumidos no país.
Quase 6 milhões de brasileiros assumiram ter feito uso irregular da substância em algum momento da vida.
Na sequência ficaram:
- Opiáceos, usados para tratar dor aguda ou crônica, com 4,4 milhões
- Anfetamínicos, bastante utilizados para emagrecimento, com 2,1 milhões
- Barbitúricos, muito comuns para induzir a inibição do sistema nervoso central, com 765 mil
- Anticolinérgicos, consumidos para ativar o sistema parassimpático, com 542 mil
- Anabolizantes, utilizados para repor a testosterona, com 229 mil.
Drogas ilícitas
Em relação às drogas ilícitas mais consumidas no país, o estudo detalha o uso de treze substâncias.
Mostraremos, agora, os números mais relevantes.
4. Maconha/haxixe/skank
Usada por 11,7 milhões de brasileiros ao menos uma vez na vida, a maconha (e suas variações) é a droga ilícita mais consumida por aqui.
Quando restringido para o uso no último ano do estudo, o número cai para 3,8 milhões. No último mês, desceram ainda mais, para 2,2 milhões.
5. Cocaína
A cocaína é apontada como a segunda substância mais usada no país: 4,6 milhões experimentaram a droga, 1,3 milhão a consumiram no último ano e 461 mil no último mês.
6. Crack e similares
O crack e seus similares, como o oxi e a merla, por exemplo, que utilizam a mesma pasta-base, completam o pódio das drogas mais usadas no Brasil.
Daqui em diante, é interessante observar não quem já experimentou a substância específica, mas quem manteve contato com ela no último ano e no mês.
No caso do crack, 1,3 milhão tiveram algum contato com a droga, 451 mil usaram no último ano e 172 mil no último mês.
7. Solventes
Em números absolutos, os solventes, substâncias líquidas voláteis, como o lança-perfume, têm mais consumidores que o crack: são 4,2 milhões.
No entanto, com o passar do tempo, esses índices vão caindo: 318 mil entrevistados responderam que usaram drogas solventes no último ano e 86 mil no último mês.
8. LSD
Dando sequência à lista, aparece o LSD.
Experimentada por mais de 1,2 milhão de pessoas, a substância demonstra um perfil mais eventual de consumo, caindo para 289 mil (último ano) e, depois, para 60 mil (último mês).
9. Ecstasy/MDMA
O Ecstasy/MDMA é outra droga sintética que está entre as mais usadas no Brasil.
Mais de um milhão de brasileiros admitiram ter experimentado a substância, enquanto 235 mil disseram ter feito uso no último ano e 53 mil nos últimos 30 dias.
10. Drogas injetáveis
As drogas injetáveis são as primeiras a terem um consumo inferior a um milhão de pessoas em algum momento da vida: 591 mil admitiram ter contato com essas substâncias.
O número cai para 246 mil quando questionado o uso no último ano e para 34 mil ao longo das quatro semanas anteriores.
11. Quetamina
A quetamina, de acordo com o Lenad, já foi usada por 298 mil pessoas ao longo da vida, 184 mil nos últimos 12 meses e 13 mil no mês que antecedeu a entrevista.
12. Opiáceos
Os opiáceos, usados para tratar dor aguda ou crônica, têm 4,4 milhões de consumidores.
13. Anfetaminas e Estimulantes
As anfetaminas e estimulantes, bastante utilizados para emagrecimento, têm 2,1 milhões de usuários.
14. Barbitúricos
Os barbitúricos, muito comuns para induzir a inibição do sistema nervoso central, têm 765 mil consumidores.
15. Anticolinérgicos
Os anticolinérgicos, consumidos para ativar o sistema parassimpático, têm 542 mil usuários.
16. Anabolizantes
Os anabolizantes, utilizados para repor a testosterona, têm 229 mil consumidores.
Drogas mais consumidas pelos jovens?
Outro dado que é possível acompanhar no estudo realizado pela Fiocruz é o consumo de drogas de acordo com as médias de idade.
Outro dado relevante do estudo realizado pela Fiocruz é o consumo de drogas de acordo com as faixas etárias. Esse levantamento permite identificar, por exemplo, quais substâncias são mais consumidas pelos jovens.
Apesar de o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considerar crime oferecer qualquer tipo de droga lícita ou ilícita a menores de idade, quase 7 milhões de entrevistados relataram ter consumido álcool antes dos 18 anos. Desses, cerca de 1 milhão reportou consumo abusivo de bebidas alcoólicas.
Na faixa etária dos 18 aos 24 anos, o número de jovens que consomem álcool salta para mais de 4,5 milhões. Em relação ao tabaco, 1,3 milhão de adolescentes já experimentaram a droga, e quase 500 mil fazem uso contínuo.
Além disso, 1,8 milhão de jovens entre 12 e 24 anos relataram ter consumido álcool e alguma substância ilícita no último ano.
Embora a pesquisa não especifique qual droga ilícita é mais usada pelos jovens no Brasil, sabe-se que ao menos 4 milhões de pessoas entre 12 e 24 anos já experimentaram alguma substância ilícita.
Esses dados são fundamentais para entender o cenário da dependência química e ajustar os métodos de tratamento conforme as necessidades específicas de cada faixa etária.
Qual é a droga mais traficada?
Atualmente, a maconha é a droga mais traficada no Brasil, liderando as apreensões de substâncias ilícitas.
Em 2023, operações da Polícia Federal resultaram na apreensão de grandes quantidades de maconha em diversas regiões, tanto urbanas quanto rurais, sendo a principal substância alvo de erradicação e incineração.
A cocaína é a segunda droga mais traficada e apreendida, com operações interceptando carregamentos em portos, aeroportos e rodovias. Apesar de traficada em menores quantidades por operação, a cocaína tem um valor de mercado e impacto social elevados.
Outras drogas, como ecstasy e LSD, também são apreendidas, principalmente em festas e eventos.
Em 2023, as forças de segurança continuaram a interceptar comprimidos de ecstasy e selos de LSD. Operações recentes da Polícia Federal, em conjunto com outras forças de segurança, resultaram na incineração de grandes quantidades de drogas apreendidas, destacando a eficácia das ações de combate ao tráfico.
As fronteiras do Brasil são pontos críticos para o tráfico de drogas. A luta contra o tráfico de drogas permanece uma prioridade para as autoridades brasileiras.
Qual é o número de dependentes químicos no Brasil?
O Lenad também traz dados interessantes sobre o número de dependentes químicos no país.
Segundo o levantamento, cerca de 2,3 milhões de brasileiros apresentaram dependência ao álcool nos 12 meses anteriores à pesquisa.
Se excluídas as bebidas alcoólicas e o tabaco, o número de adictos é de 1,2 milhão.
Portanto, o dado apontado é de que existem 3,5 milhões de dependentes químicos no Brasil.
Além disso, estima-se que 1,6 milhão de indivíduos recorreram a algum tipo de tratamento ao longo da vida, estatística que precisa ser melhorada para garantir a recuperação e a reinserção do adicto na vida em sociedade.
Quais são as 5 drogas mais usadas no mundo hoje em dia?
De acordo com o World Drug Report de 2023, divulgado pela Entidade das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), o cenário global de uso de drogas é o seguinte:
- Maconha: 200 milhões de usuários
- Opioides: 60 milhões de usuários
- Anfetaminas e Estimulantes: 30 milhões de usuários
- Ecstasy: 23 milhões de usuários
- Cocaína: 21 milhões de usuários
Conclusão
Conhecer quais são as drogas mais usadas no Brasil e no mundo ajuda a traçar uma realidade mais concreta do cenário da dependência química.
Assim, é possível adequar os métodos de tratamento conforme as necessidades dos pacientes que sofrem com o problema.
Aqui no Grupo Recanto, procuramos aliar pesquisa, medicina e aspectos da comunicação humana para que nossos internos tenham uma recuperação plena, conseguindo retomar o controle de suas vidas com saúde e bem-estar.
Para saber mais sobre nossos métodos de tratamento e tirar suas dúvidas a respeito desse assunto tão delicado que é a dependência química, preencha o formulário abaixo.
