Quem busca saber como diminuir o efeito do doce ou de qualquer outra droga, deve ter muito cuidado para não cair nas falsas promessas que encontra na internet.
Mais do que buscar esse tipo de atalho, se você tem um problema com drogas diretamente ou na família, deve mirar na reabilitação como única medida efetiva.
Com minha experiência à frente do Grupo Recanto, procuro responder algumas das principais dúvidas que envolvem a dependência química.
Espero que o conteúdo seja útil e que ajude você a entender o potencial nocivo dessa droga.
Como diminuir o efeito do doce?
Como eu destaquei, na internet, especialmente, você encontra diversas respostas para a pergunta “como diminuir o efeito do doce?”.
Os resultados são bem variados e incluem desde a ingestão de determinado grupo de alimentos até a indução da oxitocina, o hormônio do prazer, por meio de beijos, abraços e carícias.
No entanto, meus conselhos vão mais na linha de buscar um lugar acolhedor, tentar manter a calma, procurar a companhia de pessoas em que se confia e por aí vai.
Além disso, após o ocorrido, entendo como fundamental buscar ajuda especializada para verificar se está tudo bem.
Mas, afinal, o que é o doce?
Doce é uma das tantas maneiras em que é chamada a dietilamida do ácido lisérgico, o LSD, uma droga sintética de propriedades alucinógenas da mesma família do MD, a bala.
Também conhecido como ácido, é uma substância produzida em laboratório a partir de um composto chamado ergotina, oriundo de um fungo muito presente em grãos como o centeio.
O entorpecente foi sintetizado pela primeira vez no final da década de 1930 com o intuito de ser um fármaco para combater dores de cabeça.
A descoberta aconteceu de modo acidental pelos cientistas suíços Albert Hofmann e Arthur Stoll e só teve seus resultados conhecidos quando Hofmann administrou a droga em si mesmo.
Depois desse teste, durante vários anos, o LSD foi usado em caráter experimental para tratar problemas psiquiátricos por conta dos efeitos causados ao organismo serem bem parecidos com sintomas paranoicos.
A substância, diferentemente de muitas outras drogas ilícitas, caracteriza-se por ser inodora, incolor e insípida.
Ela também se distingue das demais por poder ser consumida de diferentes formas.
Ainda que sua administração mais comum seja pela via oral ou sublingual, em gotas, papel-filtro e selos, pode ser injetada, inalada e até fumada.
Com o passar dos anos, seu uso se desviou do projeto original e, agora, é febre entre os mais jovens nas festas rave sob a falsa ideia de elevar a resistência e a disposição.
Quais são os efeitos do doce?
Os jovens consomem doce para buscar efeitos como euforia, aumento da sensibilidade, disposição e do apetite sexual, alucinações e distorções da realidade.
No entanto, os impactos negativos podem ir muito além de uma “bad trip”.
A elevação da temperatura corporal, podendo gerar coagulação sanguínea e, consequentemente, uma parada cardíaca, é uma das reações mais graves.
Edema cerebral, crise de pânico, ansiedade e dificuldade para desempenhar atividades motoras devido à rigidez muscular também não devem ser descartados.
Outros sintomas comuns são:
- Dilatação das pupilas
- Sudorese
- Calafrios
- Boca seca
- Tremores
- Insônia
- Aumento da frequência cardíaca
- Náusea e vômito.
Quanto tempo dura o efeito do LSD?
Assim como qualquer droga, saber quanto dura o efeito do papel depende de uma série de fatores, como tolerância do organismo, forma de administração, influência de outras substâncias e, é claro, a quantidade ingerida.
Um indivíduo que está experimentando a droga pela primeira vez e consome 50 microgramas, por exemplo, começa a sentir sintomas até 30 minutos depois do uso.
E o “barato” pode durar entre 4 e 12 horas, perdendo força ao longo desse tempo.
A pergunta que faço é: vale a pena arriscar a sua vida por algumas horas de alegria ilusória ou ainda buscar uma inclusão em determinado grupo visto como “descolado”?
Eu entendo que não.
Nessas horas, é melhor ser taxado como “careta” e manter suas faculdades mentais preservadas.
Entenda as consequências do uso prolongado do LSD
Encarado por muitos como uma droga recreativa, que não tem problema algum de ser usada em uma festa aqui e outra ali, o LSD pode trazer consequências sérias ao corpo em sua administração prolongada.
Para começar, temos o aumento da tolerância do organismo à substância, fazendo com que os usuários consumam doses cada vez maiores para experimentar efeitos que já não sentem mais com a quantidade usual.
Isso potencializa os quadros de overdose, ainda que eles sejam mais raros em drogas alucinógenas.
O problema maior é quando há mistura com outros tipos de substâncias – aí, as consequências são imprevisíveis e podem, inclusive, levar à morte.
Além disso, o uso frequente e em longo prazo do doce pode intensificar quadros psicóticos e de depressão, assim como favorecer pensamentos suicidas.
Não podemos descartar também complicações cardíacas resultantes, sobretudo, do aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial.
Casos mais severos podem resultar em insuficiência hepática e renal.
Isso acontece devido à hiperpirexia, termo médico utilizado para caracterizar a febre alta, acima dos 40ºC.
Como sair de uma “bad trip”?
O consumo de LSD também pode trazer sensações nada agradáveis, como as chamadas “bad trips”.
Vou falar um pouco mais sobre elas a seguir.
Acompanhe!
O que é uma “bad trip”?
“Bad trip” é uma expressão em inglês que pode ser traduzida, de forma literal, como uma viagem ruim.
No entanto, “trip”, nesse sentido, não é uma viagem tradicional, aquela em que você se desloca rumo a um destino, mas sim uma jornada mental, que desperta várias sensações.
Quem usa LSD ou qualquer outra droga vai em busca de um “barato bom”, mas nem sempre é isso que acontece.
Para entender melhor, vou tentar explicar como o doce atua no organismo e por que as bad trips não são tão incomuns assim.
O LSD tem em sua estrutura um núcleo indol, o mesmo que está presente em outros neurotransmissores, como a serotonina, por exemplo.
Por essa razão, ele interfere bastante no funcionamento do sistema nervoso central, aumentando os níveis de hormônios que controlam o nosso humor e a nossa sensação de bem-estar.
No entanto, como o que é consumido está em uma quantidade muito acima do normal que o corpo consegue metabolizar, ele fica sobrecarregado e boa parte desse conteúdo biológico vira cortisol, um hormônio relacionado ao estresse e à tristeza.
Então, surgem as bad trips, que podem se manifestar das mais variadas formas: irritabilidade, delírios, ansiedade, crises de pânico, entre outras.
O que fazer quando se tem uma bad trip?
As bad trips, normalmente, são um sinal que o corpo dá de que algo não está bem.
Um indicativo de que o organismo não conseguiu metabolizar a droga consumida, dando indícios de um uso abusivo.
Ao vivenciar uma situação assim, quando um amigo, familiar ou pessoa próxima apresenta esse tipo de quadro, o primeiro passo é tentar acalmar o indivíduo.
Procure levá-lo a um lugar mais afastado, demonstre carinho, atenção e procure mantê-lo lúcido.
Depois, a solução mais indicada é ir em busca de suporte especializado e realizar um tratamento em uma clínica de reabilitação.
Eu sei que pode parecer uma medida extrema em um primeiro momento, especialmente se ela não contar com o consentimento do paciente, mas é a saída mais eficaz e segura se você quer, de fato, ajudar quem ama.
Na hora de escolher o melhor centro de recuperação, leve em conta a infraestrutura da clínica, a equipe de profissionais, as metodologias de tratamento, a política de visitas e as atividades complementares disponíveis.
Também não deixe de visitar esses espaços, conferir de perto as instalações, e conversar de forma franca com os especialistas.
Cada detalhe faz a diferença, especialmente em um tratamento que leva tempo.
Então, é fundamental decidir por um ambiente acolhedor, no qual o interno se sinta bem atendido.
Perguntas frequentes sobre como diminuir o efeito do doce
É possível que até aqui, mesmo com o conteúdo trazido, você ainda tenha dúvidas a respeito da dependência química de LSD, ou doce.
Por isso, decidi encerrar este artigo com três dos principais questionamentos que recebo de familiares, amigos e pessoas próximas de pacientes aqui do Grupo Recanto sobre o assunto.
Procurei ser o mais didático e direto possível nas respostas, até porque sei que essas também podem ser as suas dúvidas.
Leite corta o efeito do ecstasy?
Essa é uma pergunta que muita gente me faz e minha resposta é sempre a mesma: não, o leite não corta o efeito do ecstasy, nem de outras drogas.
O que acontece é que o leite, assim como seus derivados, são excelentes fontes de triptofano, um dos principais componentes responsáveis pela produção da serotonina.
Então, o que acontece é que, ao ingerir esses alimentos, a pessoa começa a restabelecer os níveis do hormônio e devolver, aos poucos, a sensação de bem-estar.
Mas o leite, sozinho, não torna a droga menos perigosa do que ela é.
Como dormir depois de tomar doce?
Dormir logo após tomar doce ou qualquer droga estimulante não é uma tarefa fácil, especialmente, se estamos falando de um sono reparador.
Isso porque o LSD aumenta o estado de alerta do organismo, dificultando um relaxamento mais profundo.
A dica é tentar, aos poucos, acalmar-se e buscar um ambiente mais tranquilo.
Mesmo assim, é possível que demore algum tempo para conseguir pegar no sono.
Outro detalhe importante: na medida do que for viável, nunca deixe o indivíduo sozinho depois de usar qualquer tipo de droga, em especial alucinógenas e estimulantes.
Em um quadro extremo, ao deitar, ele pode sufocar ou engasgar e, com alguma companhia, é possível adotar ações preventivas, como virá-lo de lado, por exemplo, e evitar complicações mais graves.
Quais são os sintomas de overdose de LSD?
Conforme dito, casos de overdose causados somente por drogas alucinógenas são mais raros, embora aconteçam.
Entre os principais sintomas que posso destacar, estão:
- Delírios
- Alucinações
- Crises paranoicas
- Visão borrada
- Intensificação e confusão dos sentidos.
Embora a overdose de LSD misturada a outras substâncias mereça muita atenção, é preciso cuidado especial com os quadros depressivos.
Isso porque as drogas alucinógenas são grandes vetores suicidas por comprometerem a produção da serotonina ao longo do tempo e provocarem a privação da consciência.
Conclusão
Ao longo de todo o artigo, procurei deixar claro que não há como diminuir o efeito do doce e de qualquer outra droga com soluções mágicas e fáceis.
Algumas situações paliativas até podem combater sintomas pontuais, mas, se você busca um tratamento definitivo, a melhor saída é a internação em uma clínica de reabilitação.
Não se trata de uma medida impulsiva, mas sim de uma oportunidade de resgate ao dependente químico.
É sobre oferecer todas as condições para que ele possa não apenas desintoxicar seu organismo, mas também construir sua sobriedade diariamente.
É a chance de adotar novas responsabilidades, motivações e de fazer uma reprogramação do seu sistema de crenças e valores.
Aqui, no Grupo Recanto, adotamos uma abordagem humanizada e individualizada, no sentido de criar um ambiente acolhedor aos internos e respeitar as particularidades de cada quadro na hora de escolher o tratamento mais adequado.
Contamos com uma infraestrutura completa com direito a hotelaria e piscina, academia ao ar livre, campo para atividades esportivas e unidade hospitalar equipada com serviço de ambulância e assistência médica 24 horas.
Tudo para melhor atender nossos pacientes e seus familiares.
Além disso, dispomos de uma equipe multidisciplinar com mais de 100 profissionais, entre médicos clínicos, psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, consultores em dependência química, monitores, enfermeiros, técnicos em enfermagem, educadores físicos e instrutores de meditação e ioga.
Para conhecer mais das nossas instalações, da nossa metodologia terapêutica e tirar qualquer outra dúvida sobre o tratamento da dependência química, entre em contato conosco.
Preencha o formulário e ligaremos para você!
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.