Quem tem problema com excesso de bebida, ou conhece alguém que tenha, já deve ter se perguntado se existe um remédio para parar de beber.
Existem também muitas receitas de remédios caseiros por aí, é bom tomar cuidado com isso.
Nem todos vão cumprir aquilo que prometem, muitos podem até deixar a pessoa mais doente.
O mais aconselhável é procurar um profissional especializado.
Vamos entender melhor durante o texto.
Remédio para parar de beber: O que leva alguém a começar a beber?
Em nossa sociedade, o ato de beber álcool é bem aceito.
Além de ser uma droga lícita, ou seja, liberada para o consumo de maiores de idade, muitas vezes é visto como algo positivo ou como um elemento normal do dia a dia.
Os seres humanos são seres sociais, o que fazemos é reflexo dos comportamentos que vemos, imitamos e somos influenciados.
É assim que muitas famílias acabam, inconscientemente, iniciando seus filhos no álcool.
A realidade é que a sociedade já vê essa droga como algo normal.
Mas os efeitos tidos como positivos num primeiro momento, logo se tornam prejudiciais, como tontura, comportamento depressivo, letargia, diminuição de concentração e atenção dentre vários outros.
Por que parar de beber?
Apesar de lícito, o álcool ainda é uma droga.
E como toda droga, ele traz malefícios ao corpo e à mente. Seus efeitos desejáveis duram pouco e para conseguir mais a pessoa tem que continuar bebendo, o que pode levar a futuras doenças no futuro.
É comum pessoas beberem socialmente e até ficarem bêbados.
Nesse estado, você fica mais vulnerável mentalmente e fisicamente, e ainda pode acabar cometendo alguma loucura que se arrependerá depois.
Ainda assim o mais terrível do álcool são seus efeitos o médio e longo prazo, como: o desenvolvimento do alcoolismo, de transtornos mentais, maior chance de desenvolvimento de cânceres em diversas partes do corpo, danos ao fígado, sistema nervoso, coração, pâncreas, pode levar a impotência.
O alcoolismo é um tipo de dependência química que provoca danos sociais e emocionais àqueles que o acompanham e a si mesmo .
Eu poderia passar o dia inteiro dizendo o que essa droga pode fazer com a vida de uma pessoa e como é fácil se enganar dizendo que está tudo bem.
O que fazer para parar de beber?
Primeiro, é preciso identificar se há o problema da dependência do álcool.
Analise se já tentou diminuir a dosagem ou parar. Se não conseguir, é possível que se trate de um caso de alcoolismo.
Sendo apenas suspeita ou já sendo um alcoolista, para parar é preciso buscar auxílio. Somente o médico poderá supervisionar a saúde, indicando opções de tratamento.
Tendo conhecimento do seu quadro, há também soluções de tratamento privado como psicoterapia e internação.
Devo usar remédio para parar de beber?
Só se deve usar medicamentos para parar de beber se houver prescrição médica.
Cada remédio tem uma funcionalidade diferente e pode gerar efeitos adversos em certos organismos, quando utilizados de maneira inadequada.
O único que pode dizer se os remédios serão necessários é o médico que lhe acompanha, pois ele terá os dados de sua saúde e poderá lhe indicar opções de tratamento.
Os medicamentos atuais servem apenas como complementação do tratamento, portanto não se configuram um tratamento ou solução específica.
Estes podem ser necessários também numa mudança no estilo de vida para que a pessoa possa alcançar o êxito.
Como é feita a prescrição do remédio para parar de beber?
A prescrição é feita, depois da identificação do problema, levando em conta a eficácia, o custo, a segurança, conveniência e aplicabilidade.
É necessário ressaltar as informações e instruções necessárias sobre os medicamentos oferecidos.
Quais são os medicamentos indicados no tratamento do alcoolismo?
Durante a evolução da medicina moderna e contemporânea, alcançando novas curas e tratamentos para o antes intratável, a crença de que apenas a força de vontade seria a resolução do problema do alcoolismo atrasou em muito o desenvolvimento de soluções alternativas.
Mas a partir da década de 1990, as coisas começaram a mudar, através de estudos científicos e inquéritos epidemiológicos, mapeando o perfil dos alcoolistas e do porquê recorriam à droga.
Assim surgiram opções medicamentosas como naltrexona e acamprosato. O dissulfiram já existia anteriormente, mas tinha muitas contracepções.
Dissulfiram
Esse medicamento age na inibição de enzimas que atuam na desconstrução da molécula alcoólica e a transforma em um produto para ser absorvido pelo corpo.
Porém, os efeitos diretos da atuação do medicamento no corpo são inquietantes e incômodos sempre que a pessoa bebe, fazendo com que frequentemente ela não queira recorrer ao álcool de novo.
Os sintomas consistem em uma sensação de ressaca recorrente, gerando vômitos, dor de cabeça, e queda de pressão.
O efeito de “antabuse” que o medicamento dá quando a pessoa bebe, é extremamente incômodo e em vez de parar de beber, muitos escolhem parar de usar o remédio e continuar bebendo.
Naltrexona
Esse medicamento irá agir nos neurotransmissores encarregados de receber substâncias opióides, fazendo com que uma sensação de prazer seja gradativamente reduzida, prevenindo assim recaídas e prolongando a abstinência.
Pesquisas recentes indicam que seus efeitos são mais efetivos quando a pessoa já parou de beber há mais ou menos 4 dias antes do início do tratamento.
Acamprosato
O acamprosato age de forma semelhante ao naltrexona atuando em meio aos neurotransmissores.
Porém ele atua especificamente em uma substância chamada glutamato, que em usos crônicos estará em quantidade elevada, procurando reduzir os efeitos da abstinência.
Os sintomas da abstinência podem ser insônia, ansiedade, inquietação ou sensação de tristeza, por exemplo.
Esse medicamento atua equilibrando as células do sistema nervoso e assim, como o naltrexona, funciona melhor em pessoas que já pararam de beber anteriormente ao tratamento.
Nenhum desses medicamentos citados deve ser recomendado para pessoas com sensibilidade elevada aos seus componentes, assim como pacientes com cirrose hepática ou outras comorbidades graves adquiridas em virtude do alcoolismo e em mulheres grávidas.
Remédios usados no tratamento do alcoolismo podem causar efeitos colaterais?
No caso do dissulfiram em específico, como explicitado acima, ele produz efeitos colaterais como dor de cabeça, enxaqueca, vômito, baixa de pressão arterial entre outras coisas quando associado ao álcool.
Este fato acontece para que aconteça o desestímulo do consumo de álcool.
Em relação a outros efeitos que podem vir a causar no organismo, nas bulas constam o risco de desenvolvimento de transtornos mentais, alterações do sistema gastrointestinal, do sistema cardiorrespiratório, do sistema nervoso, etc.
Qual o prazo de tratamento do alcoolismo com uso de remédios?
O tempo de uso e dosagem são informações que apenas o médico que lhe receitou pode dizer.
Cada caso é um caso, contudo para um tratamento adequado os remédios são em sua maioria usados como um suporte.
Para aqueles que desejam iniciar um tratamento e não conseguem parar de beber de maneira nenhuma, é aconselhado o uso desses medicamentos para que se evite futuramente a síndrome de abstinência.
Em outros casos podem ser usados para a manutenção do estado de “limpeza” do sujeito.
Considero importante ressaltar também que há inúmeras receitas de remédios caseiros para parar de beber, porém nenhum deles possui comprovação científica.
Acredito que nenhuma instituição séria iria usar qualquer um deles no tratamento.
Que outros métodos podem ser usados no tratamento do alcoolismo?
Atualmente se reconhece que é preciso uma abordagem múltipla para um problema que se manifesta de modo biopsicossocial.
Outros métodos que podem ser usados para o problema como a psicoterapia, os grupos de ajuda mútua e a proposta de internação.
Todas podem ser utilizadas juntas e integradas, aliadas de forma a fornecer um tratamento amplo e complexo.
Os tratamentos mais eficientes são aqueles que procuram identificar e cuidar dos problemas nas três áreas em que o alcoolismo afeta: biológica, social e psicológica.
Nós do Grupo Recanto possuímos um modelo de tratamento diferenciado, pois, nos baseamos num tripé que guia nosso tratamento que são o aconselhamento biopsicossocial, a terapia racional emotiva (TRE) e o tão conhecido programa dos doze passos, criado inicialmente pelo grupo original de A.A (alcoólicos anônimos).
A TRE faz com que o paciente problematize seus comportamentos e atitudes derivados de crenças irracionais que causaram sua dependência.
Seu processo de funcionamento está baseado na confiança entre a equipe multidisciplinar e o paciente, para que a troca de mentalidade seja um processo natural.
Pouco a pouco, o paciente vai entendendo o que lhe causou tanta dor no passado e qual o processo de influência no presente, vendo que aquilo que fez prejudicou a si mesmo e aqueles a quem estava próximo.
Já o programa dos doze passos é a última etapa do processo, sendo um espaço para o compartilhamento das experiências próprias de cada um.
Tem o seu foco na luta contra a sobriedade, reconhecendo a impotência perante o vício do álcool e usando da espiritualidade como um processo de construção e base para refazer suas crenças e valores.
Internação
A internação é um dos outros métodos de tratamento disponíveis para o alcoolismo, que na minha opinião ainda continua sendo a melhor escolha de tratamento.
Entendo que muitas famílias não são muito receptivas com a ideia de internação, mas, por mais que seja delicado e complexo esse tema, é um investimento que vale a pena em casos urgentes.
Somente internado o sujeito poderá estar totalmente focado em sua recuperação e não sendo tentado a voltar a praticar a sua dependência.
A internação pode acontecer em três modos:
Voluntária
A internação voluntária é a melhor opção das três, pois é aquela que acontece com o consentimento tanto da pessoa que necessita de tratamento quanto da sua família.
Involuntária
A modalidade involuntária é realizada quando terceiros (geralmente a família) procuram a internação sem o consentimento daquele que é o alvo.
Só pode ser realizada com um laudo médico que comprove a necessidade, sob alegação que a pessoa causa danos para si mesma e para os outros.
Compulsória
Já a compulsória é realizada por meio de uma solicitação jurídica, realizada por um juiz, que leva em conta a avaliação médica sobre o caso.
Sendo aconselhado apenas em casos graves onde a pessoa não tem o discernimento necessário para decidir..
Desintoxicação
A etapa da desintoxicação é fundamental no tratamento, pois se mal realizada incapacita a participação das outras etapas.
A pessoa que ainda não está livre das drogas não conseguirá se concentrar para participar de outras etapas do tratamento, pois está sofrendo os sintomas de abstinência.
Sendo assim, a ideia desse procedimento é deixar o indivíduo “limpo” da sua droga e controlar os efeitos da fissura e da abstinência, que pode ser feita com o auxílio de medicamentos caso o paciente necessite.
Psicoterapia
A psicoterapia e suas diversas formas de abordagem é parte integrante da recuperação mental e social de qualquer tratamento sério e dedicado ao combate às drogas.
Como mencionei anteriormente, a TRE é a psicoterapia usada pelo Grupo Recanto, de foco e característica individual e específica aos problemas daqueles a quem é ministrada.
Focando no presente para reeducar e trabalhar as crenças disfuncionais e pensamentos irracionais que o levaram à dependência.
Afinal, qual é a melhor abordagem de tratamento para parar de beber
A abordagem de tratamento que mais recomendo é a modalidade de internação em uma clínica de reabilitação.
Além de estar sendo cuidado por uma equipe multiprofissional capacitada, não haverá influências externas que façam o paciente duvidar do tratamento, focando completamente em sua recuperação.
Além de tudo isso, é muito comum que durante a internação as clínicas de reabilitação façam uso de diversas outras abordagens aliadascomo a psicoterapia, a terapia de grupo, a desintoxicação com o uso de medicamentos e muitos outros.
Quais são as consequências do não tratamento do alcoolismo?
Sabemos que não são poucas as consequências que o álcool pode trazer, pois é uma doença biopsicossocial e como tal nos afetará em todas essas áreas se você deixar a patologia evoluir.
Não só a você, mas também aqueles que lhe são próximos como família, amigos e colegas de trabalho podem sofrer as consequências de suas escolhas ao não se tratar e negar a existência da doença.
Comportamentos agressivos
Mudanças drásticas de humor são comuns com o consumo de álcool, e em certas pessoas pode gerar comportamentos mais agressivos e violentos.
Além de tudo, crimes violentos como assassinato, agressões físicas, violência doméstica, violência no trânsito tem alto índice de envolvimento do uso de álcool, ou seja, cometeram as infrações sob o efeito da bebida.
Acidentes de trânsito
A combinação álcool e trânsito é altamente desastrosa.
Hoje temos políticas educacionais e campanhas na tentativa de evitar os acidentes em decorrência do álcool.
Segundo o relatório global sobre álcool e saúde da OMS, cerca de 15% das mortes em acidentes de trânsito tiveram o envolvimento do uso do álcool em 2012.
Além de ser uma ação que põe em risco tanto a sua vida, quanto a de sua família, existe a chance de lesionar ou matar outras pessoas.
Exclusão social
Com a acentuação dos efeitos da dependência, o álcool vai lentamente degradando as relações interpessoais da pessoa.
Os incentivos para usar o álcool são muitos, contudo as consequências sociais são graves.
Há uma degradação familiar, perda de emprego, traumas e sequelas geradas em seus familiares mais próximos como pai, mãe, filhos ou irmãos.
Problemas físicos
Os problemas físicos são inúmeros, tais como hepatite, cirrose hepática, gastrite, trombose, impotência, infarto, infertilidade, demência e até mesmo anorexia alcoólica.
Uma doença muito comum em quem faz abuso do álcool ou é dependente dele é o câncer e seus mais variados tipos: Cólon, esôfago, faringe, fígado, laringe, mama ou reto.
Transtornos mentais
O álcool é uma droga que gera um potencial efeito depressor sobre o usuário logo após a ingestão ou após certo tempo de uso.
Em suma, é uma reação em dois estágios, sendo o primeiro carregado de efeitos socialmente interessantes.
Mas ao ultrapassar o limite de absorção de álcool no corpo, começamos a ter sensações negativas e efeitos adversos que em geral deprimem o estado momentaneamente.
Porém, os efeitos do álcool a longo prazo levam à ocorrência de transtornos de humor, como a depressão e distimia crônica, podendo levar ao suicídio.
Em estado de dependência pode levar a déficit de atenção, transtorno explosivo intermitente e eventuais crises de abstinência.
Como ajudar alguém a parar de beber?
Nós do Grupo Recanto temos um tratamento especializado, humanizado e individual para esse problema, em sinal de alguém precisando de ajuda, nos contate, estamos disponíveis para ajudar no que for preciso.
Somos referência no Norte e Nordeste no tratamento de dependência química e saúde mental.
Tenho certeza de que podemos ajudar sua família.
Onde encontrar uma clínica de reabilitação para tratar o alcoolismo?
Existem diversas clínicas com propostas diferentes, cabe a você encontrar aquela que se adeque mais a sua condição e a qual se identifique.
O que sempre digo é que é importantíssimo no processo de pesquisa procurar saber se a clínica está corretamente licenciada.
Além disso, deve-se verificar se o corpo médico está com o registro em dia, como é a estrutura da clínica e as referências que se tem da clínica de pessoas que já passaram por lá.
Grupo Recanto
O Grupo Recanto possui uma rede de clínicas dedicadas ao combate da dependência química, as clínicas se encontram nos estados de Pernambuco e Sergipe, sendo uma delas totalmente dedicada ao cuidado das mulheres em situação de dependência.
Somos uma das clínicas que mais cresce no país e estamos em situação de referência no Norte-Nordeste, possuímos um modelo de tratamento trazido da Europa e adequado a nossa realidade, que foca num atendimento individualizado e humanizado para cada paciente.
Possuímos uma estrutura atualizada com o objetivo de superar os desafios de cada dependência química, com os equipamentos e materiais necessários; estamos capacitados para atender cada necessidade e especificidade dos pacientes.
Mais do que apenas a recuperação da doença, buscamos a recuperação do paciente como pessoa, reprogramando suas crenças que o levaram até a situação de dependência e dando a eles novas crenças para que possam ter uma vida honesta e participativa.
Conclusão
Não existe saída fácil e nem remédio para parar de beber especificamente.
Os medicamentos existentes devem ser utilizados com auxiliares durante todo o tratamento e somente com acompanhamento médico.
Um tratamento eficaz e especializado pode corrigir as lacunas e feridas deixadas como marcas da dependência.
Procrastinar e adiar a busca por ajuda são comportamentos típicos de dependência, então se você conhece um amigo ou familiar nessa situação tenha uma conversa séria e incentive o tratamento.
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.