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Alcoolismo: como se inicia e como acontece o tratamento
Publicado em: 12 de setembro de 2022

Atualizado em: 24 de maio de 2024

Alcoolismo: como se inicia e como acontece o tratamento

O consumo de bebidas alcoólicas é uma prática comum, que normalmente pensamos ser um hábito que não gera dependência e que ela não é considerada como uma droga.

O seu uso e comercialização são permitidos pelo ordenamento jurídico, entretanto, os profissionais de saúde preocupam-se com o consumo excessivo desse tipo de substância, que acarretam diversos prejuízos a saúde dos indivíduos.

O alcoolismo é uma doença onde o indivíduo consome de forma excessiva, constante e descontroladamente bebidas alcoólicas, sendo então considerada uma dependência.

A dependência do álcool acaba comprometendo gravemente o funcionamento do organismo, como também pode gerar prejuízos irreversíveis na saúde da pessoa.

Inclusive a OMS (Organização mundial de saúde) não estipula dose “segura” para o álcool, entende-se que independente da dose, quando analisado a um tempo de influência maior no corpo o álcool sempre será prejudicial.

Entenda tudo sobre alcoolismo nesse material-guia que eu preparei!

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O que é o alcoolismo?

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O alcoolismo é considerado um dos problemas mais alarmantes de saúde pública, entretanto, muitas pessoas não relacionam o consumo de bebidas alcoólicas a uma doença.

Pelo fato de ser uma substância lícita, ou seja, ter seu consumo permitido e liberado, acaba assim por facilitar tanto seu hábito como também uma posterior dependência.

O alcoolismo é definido como uma doença, pela Organização Mundial da Saúde, pois é um tipo de dependência do álcool. 

Esta doença é desenvolvida após o uso excessivo, duradouro e compulsivo de bebidas alcoólicas, gerando assim consequências na vida pessoal, familiar, profissional e social da pessoa.

Os alcoolistas apresentam compulsão por bebidas alcoólicas e geralmente possuem dificuldade em parar de beber uma vez que tenham começado e terminam muitas vezes desenvolvendo a tolerância, onde apresentam a necessidade de consumir doses cada vez maiores. 

Mesmo que a saúde seja a área mais prejudicada, o consumo excessivo de álcool acaba afetando de forma negativa também as relações afetivas e os papéis sociais que os indivíduos possuem enquanto membro da sociedade.

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Índices do alcoolismo no Brasil

De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil supera o índice mundial em consumo de álcool. 

Entre os 194 países avaliados, o índice médio mundial para pessoas acima de 15 anos é de 6,4 litros por ano, enquanto o Brasil soma seus 8 litros por pessoa.

O uso compulsivo do álcool se enquadra em questões de saúde pública no país, uma vez que o excesso mantém relação causal com mais de 200 tipos de doenças e lesões, podendo causar também problemas mentais e comportamentais.

Como se tem início a dependência do álcool?

A dependência do álcool tem início quando o indivíduo não consegue interromper o seu consumo e caso interrompa, ele começa a apresentar sintomas desagradáveis que cessam ao voltar a beber, a este processo chama-se de abstinência

A dependência do álcool gera a abstinência, que se constitui como sendo uma diversidade de sintomas que o indivíduo começa a apresentar devido a interrupção do consumo da substância.

Todas as pessoas dependentes do álcool, possuem sintomas de abstinência, os mais comuns são: depressão, ansiedade, irritabilidade, fadiga, dor de cabeça, agitação e tremores. 

Os sintomas variam de intensidade, pois dependem da quantidade consumida ao longo do tempo, como também de outros fatores como a idade e predisposição genética.

Além disso, eles podem ser de grau moderado a greve, com alto risco de morte, entretanto, antes da dependência alcoólica, acontece a tolerância, que ocorre quando a pessoa precisa ingerir doses cada vez mais altas da substância para produzir os mesmos resultados que conseguia com doses menores.

A dependência do álcool, acarreta prejuízos tanto na vida do indivíduo como também na de seus familiares e amigos. 

Vale ressaltar também, que esse processo possui tratamento e pode ser controlado.

O alcoolismo pode ser genético?

Primeiramente vale ressaltar que a hereditariedade genética pode explicar de forma parcial a predisposição das pessoas a dependência do álcool, mas, esses aspectos ainda não são concretos o suficiente para comprovar completamente a hereditariedade da doença.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que filhos de alcoólatras possuem maior resistência ao álcool, enquanto filhos de não alcoólatras tendem a se embriagar mais rapidamente, ou seja, pessoas que convivem socialmente com alcoolistas, podem ser consideradas um potencial ao alcoolismo.

Os componentes hereditários para o comportamento do consumo de álcool, como também o abuso e a dependência do mesmo, são um assunto complexo e desta forma, a base genética relacionada a ele ainda é pouco conhecida.

Quais são os tipos de alcoólatras?

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A classificação de alcoolistas por tipo não é e não deve ser utilizada para diagnosticar o alcoolismo, ou mesmo para determinar a dependência ou não, na verdade existe para ajudar nos estudos e pesquisas a respeito da doença.

Alcoólatra funcional

Os alcoólatras funcionais são aqueles que têm cerca de 40 anos e se tornaram dependentes depois dos 30 anos, apresentam taxas moderadas de depressão, mas é raro que sofram com outros transtornos mentais.

Alcoólatra crônico

Os alcoólatras crônicos começam ainda enquanto adolescentes, mas desenvolvem a dependência por volta dos 30 anos, os alcoólatras crônicos bebem em menor quantidade, porém com mais frequência.  

Alcoólatra jovem adulto

Os alcoólatras jovens adultos costumam começar a beber por volta dos 19 anos, e se tornam dependentes em torno de 24 anos, começam a afetar diversos aspectos da vida.

Alcoólatra jovem antissocial 

O alcoólatra jovem anti social começa a desenvolver a dependência cedo, por cerca de 15 anos de idade, e desenvolvem a dependência nos primeiros anos da vida adulta, muitas vezes antes dos 20.  

Alcoólatra familiar intermediário

Os componentes desse grupo são aqueles que têm parentes próximos que sofrem de alcoolismo, eles começam a beber no final da adolescência e desenvolvem dependência com cerca de 30 anos de idade.

Quais os principais danos causados pelo álcool?

Os danos causados pelo consumo do álcool dependem da quantidade que foi ingerida, frequência e tempo de uso. 

O álcool acarreta alterações no organismo do indivíduo gerando prejuízos no âmbito físico e mental. 

Portanto, existem diversos tipos de doenças associadas ao consumo dessa substância. 

As principais doenças são:

  • Câncer 
  • Doenças cardiovasculares
  • Doenças respiratórias
  • Transtornos Gastroenterológicos
  • Transtornos Musculoesqueléticos
  • Transtornos Endócrinos
  • Transtornos Metabólicas
  • Transtornos Hematológicos
  • Transtornos nos Sistemas Nervoso Central e Periférico

Além das doenças de caráter físico, o consumo prolongado também pode gerar consequências psicológicas caracterizadas pelos transtornos psiquiátricos.

Dessa forma, os mais comuns são:

  • Alucinose Alcoólica
  • Transtorno Psicótico Delirante
  • Intoxicação Patológica
  • Episódios de amnésia
  • Depressão
  • Hipomania
  • Ansiedade
  • Transtornos de personalidade
  • Transtornos alimentares

O alcoolismo também está associado a complicações sociais, violência no trânsito, doméstica, abandono escolar e de emprego, são alguns exemplos de que o consumo exacerbado de álcool pode distanciar as pessoas, uma vez que afeta diretamente a vida do usuário em sociedade.

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Sinais de alerta quanto ao abuso de álcool

O consumo do álcool é considerado por muitos uma prática cultural outros entendem que é uma forma de lazer social, no entanto o uso intenso e extenso da substância, pode vir a gerar dependência.

A maioria das pessoas que possuem problemas com o álcool tendem a negar seu vício e não aceitar qualquer tipo de ajuda, existem alguns sinais de alerta possíveis de serem verificados.

Como por exemplo:

  • Beber por mais tempo do que o inicialmente pretendido.
  • O forte desejo ou impulso pelo álcool, mesmo tendo a consciência que isso acarretará diversos prejuízos.
  • O álcool passou a ocupar de forma significativa um lugar importante na vida da pessoa em questão.
  • O indivíduo mostra evidências de tolerância ao álcool e precisa de quantidades crescentes da bebida para alcançar a embriaguez.
  • Quando se notam sintomas físicos de abstinência: ansiedade, tremores, insônia, suores, náuseas, vômitos, agitação psicomotora, dentre outros.
  • Problemas na vida do indivíduo associados ao uso de bebidas alcoólicas.

Tratamento do alcoolismo

O tipo de tratamento do alcoolismo, depende do grau de dependência do indivíduo e podem ser realizados em hospitais e clínicas especializadas em dependência. 

Nesses ambientes, o dependente irá dispor de uma forma de tratamento humanizada e individualizada, além disso, o apoio da família é fundamental para a recuperação do paciente, sendo um suporte a mais para ele.

Os tipos de tratamento incluem a desintoxicação que é um processo onde se é retirado a substância da pessoa com segurança, a utilização de medicações e aconselhamento, para que o indivíduo identifique as situações e sentimentos relacionados a necessidade de beber, construindo assim, novas maneiras de enfrentar essas situações, Terapia Racional Emotiva (TER) e os 12 passos.

Existem variados tipos de programas e profissionais especializados para tratar os alcoolistas nesse processo, um dos grupos mais conhecidos são os Alcoólicos Anônimos (AA). 

Esse grupo de mútua ajuda trabalha com os 12 passos e é um lugar que inclui homens e mulheres que ajudam uns aos outros a se manterem sóbrios, buscando uma nova maneira de viver, longe do uso.

A clínica de recuperação Grupo Recanto possui uma abordagem biopsicossocial, considerando seu aspecto biológico, psicológico e social.

Cada paciente é compreendido de forma única, integrando assim as suas condições físicas, relações familiares e a sua cultura, entre outros aspectos.

Desta forma, o paciente torna-se consciente de seu problema e fica informado sobre sua doença.

Compreensão das causas de recaídas

Segundo o Jornal Brasileiro de Psiquiatria, a recaída não ocorre dentro de um vácuo. Diversos elementos contribuem para a ocorrência da recaída, e, ao mesmo tempo, existem indícios e sinais de alerta que apontam para a possibilidade de um paciente estar em risco de retomar o abuso da substância. 

A recaída não deve ser interpretada exclusivamente como o efetivo retorno ao padrão de abuso da substância, mas sim como um processo no qual surgem indicadores antes que o paciente retome o uso da substância.

A compreensão das causas subjacentes das recaídas é crucial para desenvolver estratégias eficazes de prevenção. Diversos fatores podem contribuir para uma recaída, incluindo questões psicológicas, sociais e biológicas. 

O estresse, a pressão do ambiente, a falta de suporte social, problemas emocionais não resolvidos e a exposição a situações de gatilho podem desempenhar um papel significativo. Analisar e identificar as razões específicas para cada indivíduo é fundamental para um plano de prevenção personalizado.

É importante desenvolver estratégias de prevenção, como um plano de ação pessoal, onde o indivíduo pode desenvolver um plano personalizado para enfrentar situações desencadeantes. Assim como uma terapia contínua, ou até mesmo começar a participar de grupos de apoio, como os Alcoólicos Anônimos (AA) que proporcionam um ambiente de apoio contínuo. 

Ao abordar a prevenção de recaídas, é fundamental reconhecer que a jornada de recuperação é única para cada indivíduo. Portanto, uma abordagem personalizada é essencial para aumentar as chances de sucesso a longo prazo.

A importância do apoio familiar

O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), conta o quanto o papel da família é importante no tratamento da dependência do álcool. O apoio familiar surge como um elemento crucial na trajetória de recuperação, trazendo consigo uma série de benefícios importantes para sua saúde mental, emocional e física. Vários aspectos ressaltam a importância desse apoio na vida pós-alcoolismo.

A estabilidade emocional proporcionada pelo suporte familiar cria um ambiente emocionalmente seguro, uma base essencial para a continuidade da recuperação. Esse respaldo afetivo é fundamental para enfrentar desafios emocionais, promovendo um sólido bem-estar psicológico.

O apoio familiar reduz o estigma associado ao alcoolismo, criando um ambiente acolhedor e acessível, combatendo o isolamento social que frequentemente acompanha o processo de recuperação. Até mesmo uma educação contínua sobre o alcoolismo ajuda os membros da família a compreender melhor a natureza da doença, possibilitando assim o  processo fluir de maneira saudável. 

Para finalizar, o apoio familiar não apenas contribui para a prevenção de recaídas, mas também desempenha um papel vital na construção de uma vida saudável e significativa após o alcoolismo. O entendimento, amor e comprometimento da família emergem como elementos-chave para o sucesso contínuo da jornada de recuperação.

Alcoolismo tem cura?

O alcoolismo não possui cura, mas, é uma doença que pode ser tratada e detida.

Recaídas são comuns, porém não significa que o indivíduo não obteve excito ou não irá se recuperar.

Nesse caso, é preciso que se tenha foco no objetivo e ajuda necessária para que não volte a consumir a bebida.

Entretanto, é possível atenuar os sintomas através do tratamento especializado em uma clínica de reabilitação, de tal forma que o indivíduo consiga construir novos caminhos e saiba como lidar com a situação de forma bem-sucedida.

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Conclusão

Consumir bebidas alcoólicas é um hábito comum entre as pessoas, porém, muitas vezes não é visto como uma droga que pode gerar dependência.

Seu uso é lícito, entretanto, profissionais de saúde tem a preocupação do fato dessa substância acarretar diversos problemas ao indivíduo.

O alcoolismo se constitui como sendo uma doença crônica, onde a pessoa ingere de maneira excessiva e compulsiva bebidas alcoólicas, gerando assim a dependência.

Esta doença provoca graves problemas na saúde física e mental do indivíduo.

Nesse processo, caso a pessoa interrompa o seu consumo ela pode entrar em abstinência, que está associada a diversos sintomas, como depressão, dor de cabeça, tremores, irritabilidade e ansiedade, entre outros.

Existem diversos tipos de tratamento para a dependência do álcool, como a desintoxicação, aconselhamento, Terapia Racional Emotiva e os 12 passos do programa de ajuda mútua chamado Alcoólicos Anônimos (AA), entre outros, que podem ser prescritos pelos profissionais de acordo com a demanda específica do indivíduo.

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