A metanfetamina é uma droga psicoativa que faz parte das anfetaminas, seu uso data da segunda guerra mundial onde os soldados se drogavam para ficar mais atentos, agitados, e com pensamento rápido durante a guerra.
Mas depois do fim da guerra esses mesmos soldados ficaram viciados na droga repercutindo seu uso na sociedade.
A metanfetamina é uma droga bastante conhecida que foi recentemente abordada na mídia por exemplo na série Breaking Bad, em que um químico que produz a droga para ganhar dinheiro. A série aborda como a droga traz riscos à sociedade, como incentivo ao tráfico, risco à saúde mental e fisiológica.
Por outro lado, a série causa preocupação pois desperta a curiosidade dos jovens de querer provar esta droga.
A metanfetamina já está bem famosa no Brasil, em raves, baladas, festas universitárias, por jovens que buscam fugir da realidade e usar aquela droga como forma de fuga.
Em nosso país ela tem várias denominações como, ice, glass, cristal e faz parte de uma categoria de drogas que está presente a cocaína, heroína causando grande calamidade no meio social.
O que é metanfetamina?
Metanfetamina é uma droga usada como estimulante cerebral e seu uso pode causar ansiedade excessiva e transtorno de personalidade. É uma substância potente com um forte potencial de viciar o usuário.
A metanfetamina é uma anfetamina usada muitas vezes para aliviar o grande cansaço, agindo como estimulante, no entanto sua nocividade ao organismo não é rapidamente percebida.
Ela causa dependência rapidamente, assim sendo assim o usuário tem a sensação que seus problemas só podem ser resolvidos caso o usuário consuma a droga, agindo como cocaína ou heroína.
Em um caso de uso crônico causa no dependente sonolência, cansaço, aumento de apetite e cada vez mais a dosagem dessa droga aumenta a cada consumo.
Como a metanfetamina é produzida?
Metanfetamina é uma droga sintética fabricada em laboratório, sendo derivada da anfetamina e, em laboratórios clandestinos, pode ser obtida através da manipulação da efedrina, uma substância presente em remédios para gripes e resfriados.
Esta droga se apresenta em forma de pó branco, cristalino, inodoro e com sabor amargo, que é solúvel em líquidos e é usada indevidamente de diversas formas, inalada, fumada, ingerida ou injetada.
Ela pode também ser transformada em cloridrato de metanfetamina, que tem uma forma cristalizada, o que a torna fumável e com maior potencial de causar dependência química.
Para que serve a metanfetamina?
A metanfetamina é usada para que seu usuário consiga ficar desperto, agitado por muito tempo.
É comumente usada muitas vezes por caminhoneiros viciados, por exemplo, que precisam aguentar viagens de horas, precisam vencer o cansaço assim como também é usada por estudantes em épocas de prova que precisam estudar o conteúdo em pouco tempo.
Mas, em sua maioria, é usada mesmo em festas para deixar seu usuário agitado para a festa.
Principais características do Cristal Metanfetamina
O cristal de metanfetamina é uma das formas da droga, especificamente a forma que é mais potente e mais propícia a se viciar, o cristal se assemelha realmente a um corpo cristalino sólido, geralmente na cor branco, é a forma fumável da metanfetamina.
Metanfetamina: conheça os principais efeitos no corpo
A ação da metanfetamina como estimulante do Sistema Nervoso Central se dá pela liberação de dopamina, noradrenalina e serotonina, tendo os efeitos a euforia, diminuição do apetite, do sono e da fadiga, estado de alerta aumentado, alterações da libido e emoções intensificadas.
O uso constante leva a rápida dependência e a necessidade de aumento das doses, devido à tolerância a sua ação.
As fases do uso da metanfetamina: entenda
A metanfetamina em seu uso faz o usuário passar por fases que implicam seu estado psíquico e corporal em determinado período de tempo.
– Euforia
Uma euforia é a resposta inicial que o usuário sente enquanto fuma ou injeta anfetaminas. Durante a euforia, o usuário tem aumento de batimentos cardíacos e do metabolismo, pressão alta e pulso acelerado.
Ao contrário da euforia associada com o crack, que dura aproximadamente de 2 a 5 minutos, a euforia da metanfetamina pode continuar por mais de 30 minutos.
– Excitação
A euforia é seguida por uma excitação. Durante a excitação muitas vezes a pessoa sente-se agressivamente esperta e pode tornar-se argumentativa, interrompendo frequentemente as outras pessoas e acabando as frases por elas.
Os efeitos ilusórios podem resultar num usuário que se torna intensamente concentrado num item insignificante, tal como limpar repetidamente a mesma janela por várias horas.
– Elevação
Segue a excitação e é caracterizada por um comportamento mais agressivo, energético e inteligente, em que a pessoa costuma falar muito e também se tornar um pouco obsessiva. Essa fase, em média, dura de 4 a 16 horas
– Avidez
Nessa fase, o usuário se torna ávido por mais substâncias psicoativas, para manter a sensação de euforia. A avidez deixa o indivíduo mais hiperativo e com bastante disposição física e mental. Essa fase dura em média, duas semanas.
-Tweaking
É o fim da avidez, em que a excitação provida pela metanfetamina deixa de existir.A ausência da euforia leva a pessoa a um estado de depressão, vazio, e faz com que se perca a noção da realidade. É comum que as pessoas tenham alucinações, que podem ser muito perigosas.
-Queda
A queda acontece quando um usuário de metanfetamina é extremamente ávido. Após lidar com a euforia, há um período no qual a pessoa sente muito sono e pode ficar deitada por dias, sem energia.Essa fase pode durar cerca de três dias.
-Ressaca
Fase caracterizada por exaustão física e psicológica e que contribui para a dependência.
-Abstinência
Período em que a pessoa fica sem usar a substância e o corpo sente falta da droga. Essa fase é caracterizada por um comportamento deprimido, indisposto, irritado e até mesmo agressivo.
Como é uma sensação muito forte, se não tratada corretamente, a abstinência leva novamente à droga, intensificando o vício.
Riscos associados ao uso de metanfetamina
A metanfetamina traz muitos riscos à saúde em doses muito elevadas, ela provoca irritabilidade, inquietação, perda da consciência e ataques de pânico.
Nos casos mais graves, pode evoluir também para convulsões e levar ao óbito por derrame cerebral e insuficiência cardíaca ou respiratória.
O que fazer em caso de surto psicótico por uso de metanfetamina?
O uso de substâncias psicoativas como a metanfetamina provoca uma série de repercussões na saúde física, mental, comportamental e laboral dos dependentes. A manifestação de surtos psicóticos é uma dessas alterações que pode ocorrer no comportamento e nas estruturas cerebrais dos sujeitos.
Este tipo de alteração psiquiátrica pode levar a diversos tipos de comprometimento dos processos cognitivos, com a presença de alterações de sensopercepção. Buscar a ajuda de profissionais da saúde, principalmente psiquiatras e psicólogos é a primeira atitude que deve ser tomada nesses casos.
Pensar em uma possível internação também é um ponto que deve ser discutido entre os parentes, cuidadores e amigos próximos, tendo em vista que, a presença de surtos psicóticos está associada ao uso de grandes quantidades de metanfetamina.
Qual é a diferença entre metanfetamina e anfetamina?
As duas substâncias possuem efeitos similares e provocam danos à saúde das pessoas que as consomem de modo recreativo. Também vale ressaltar que a metanfetamina é classificada como um tipo de anfetamina, o que as diferencia é o poder de efeito e o modo como são utilizadas .
Além disso, o uso da metanfetamina é proibido no Brasil, enquanto a anfetamina é uma substância de uso terapêutico que pode ser utilizada em casos de recomendação médica.
Principais tratamentos para dependência de metanfetamina: conheça
Entre os tratamentos para as pessoas que estão viciadas é uma internação para um tratamento de desintoxicação. Assim será possível a monitoração constante do paciente por uma equipe multiprofissional.
Para ocorrer a desintoxicação da metanfetamina exige a prescrição de medicamentos antipsicóticos que tem o objetivo de causar um efeito calmante e reduzir a angústia, principalmente na abstinência.
Mas, os antipsicóticos também podem reduzir drasticamente a pressão arterial e os pacientes podem ter alucinações, o que aumenta o risco de mutilações e tendências suicidas, sendo assim, fazer esse tratamento em um hospital garante o controle dessas e de outras situações adversas.
Para a recuperação do usuário desse tipo de droga, é essencial que ele esteja em um ambiente adequado e que lhe garanta segurança e tranquilidade. A internação em uma clínica especializada permite o suporte profissional e toda a ajuda com sua reabilitação.
Afastar o dependente do contato com drogas também é importante para o processo de conseguir ficar limpo, é necessário que haja integração com novas pessoas e novos ambientes, sendo essa socialização um dos aspectos relevantes e parte integrante do tratamento.
Qual a importância do apoio familiar?
Por estarem mais próximos dos pacientes, os familiares costumam ser os primeiros a observar os sintomas da dependência em metanfetamina. Logo, é importante que eles contribuam no processo de procura pela ajuda mais adequada.
Promover um ambiente livre de julgamentos e aberto a ouvir e entender as dificuldades vivenciadas pelo familiar ajuda na adesão às propostas terapêuticas. Além disso, ambientes onde o acesso a substâncias psicoativas é difícil contribui enormemente para a manutenção das intervenções.
Parentes ativos no processo terapêutico e que buscam informações sobre as possibilidades de tratamento possíveis e as manifestações mais comuns na dependência de metanfetamina têm mais opções disponíveis na hora de oferecer ajuda ao paciente.
Conclusão
A metanfetamina é uma droga que se faz cada vez mais presentes no cenário atual, pegando com seus efeitos grande parte do público, que se sente fatigado ou até mesmo o público que tem dependência química.
Sendo assim com seu grande potencial destrutivo, é preciso tratar rapidamente o usuário dessa droga tão nociva, um tipo de substância que vicia com rapidez pelos seus efeitos fortes.
A metanfetamina pode causar sequelas irreversíveis para o corpo humano e também para a mente, por isso é preciso fazer um tratamento indicado, de preferência com uma equipe multidisciplinar que saiba lidar com esse tipo de dificuldade.
Este tratamento deve começar o mais rápido possível, pois assim que começa, com a ajuda da família, tudo será avaliado para que a equipe descubra seus problemas físicos, tratá-los entender o que o levou para a dependência e tratar sua questão psicológica além de ajudar com a sua ressocialização.
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.