O diagnóstico do alcoolismo é um processo crucial para identificar e tratar a dependência do álcool.
Mas reconhecer um alcoólatra pode ser desafiador, pois o comportamento associado ao alcoolismo muitas vezes se disfarça sob padrões normais de consumo.
Neste cenário, os sinais podem incluir aumento da tolerância ao álcool, episódios frequentes de embriaguez, e impacto negativo nas relações e responsabilidades diárias.
Identificar esses sinais precocemente é essencial para um diagnóstico de alcoolismo e para fornecer o suporte e tratamento adequado.
E ao longo deste texto, abordaremos os principais indicadores que podem ajudar na detecção do alcoolismo e as etapas para um diagnóstico preciso.
Como é diagnosticado o alcoolismo?
O diagnóstico do alcoolismo é feito através de uma avaliação médica que inclui histórico clínico, entrevistas e exames.
E o processo de como diagnosticar alcoolismo segue com profissionais de saúde que usam critérios como os do DSM-5, que avaliam o padrão de consumo, os sintomas de dependência e as consequências negativas.
Além disso, para fazer o diagnóstico do alcoolismo são aplicados questionários e escalas de avaliação, como o CAGE e o AUDIT, para medir a gravidade da dependência e seu impacto na vida do indivíduo.
Como se identifica um alcoólatra?
A identificação e diagnóstico do alcoolismo pode ser feito observando os seguintes pontos:
- Consumo excessivo: bebida alcoólica em grandes quantidades ou em frequência muito alta.
- Descontrole: dificuldade em limitar a quantidade de álcool ingerido ou em parar de beber.
- Necessidade constante: sensação de necessidade urgente de consumir álcool para se sentir bem ou relaxado.
- Negligência de responsabilidades: falta de cumprimento de compromissos pessoais, profissionais ou sociais devido ao consumo de álcool.
- Problemas de saúde: presença de sintomas físicos como tremores, náuseas ou suor excessivo quando não está bebendo.
- Mudanças de humor: alterações de humor, irritabilidade ou depressão associadas ao consumo ou abstinência de álcool.
- Esforços fracassados: tentativas repetidas e sem sucesso de reduzir ou parar o consumo de álcool.
- Negação: minimização ou negação dos problemas causados pelo consumo de álcool para si mesmo ou para os outros.
Alcoolismo e abuso de álcool são a mesma coisa?
Não, pois o alcoolismo refere-se à dependência física e psicológica do álcool, enquanto o abuso de álcool envolve o consumo excessivo e prejudicial sem necessariamente desenvolver dependência.
Ambos causam problemas, mas a dependência caracteriza-se por sintomas de abstinência e perda de controle.
Como o médico faz o diagnóstico do paciente com transtorno de dependência do álcool?
Para fazer o diagnóstico do alcoolismo, o médico segue os critérios da CID-10 da OMS.
Então, o diagnóstico do alcoolismo é baseado na presença de pelo menos quatro dos seguintes sintomas:
- (1) desejo intenso de beber, conhecido como “craving”;
- (2) dificuldade em controlar a quantidade consumida;
- (3) necessidade crescente de bebidas para alcançar o mesmo efeito;
- (4) sintomas de abstinência quando não se consome álcool.
Além disso, entre 70% e 90% dos dependentes experienciam síndrome de abstinência, que varia de leve a moderada, e se manifesta com tremores, insônia, agitação e inquietação psicomotora, que inicia entre 24 e 36 horas após a última dose.
Qual exame para alcoolismo?
Para o diagnóstico do alcoolismo, diversos exames e avaliações podem ser realizados. Conheça alguns na sequência.
- Exames de sangue: testes laboratoriais que medem marcadores como GGT (gama-glutamil transferase) e ALT (alanina aminotransferase), que podem indicar danos no fígado relacionados ao consumo excessivo de álcool.
- Entrevistas clínicas: questionários detalhados sobre o padrão de consumo e impacto na vida do paciente ajudam no diagnóstico do alcoolismo.
- Escalas e questionários: ferramentas como o CAGE, AUDIT e DAST ajudam a avaliar a gravidade do uso de álcool.
- Avaliação psicológica: avaliações realizadas por profissionais de saúde mental para identificar dependência e comorbidades associadas colaboram para o diagnóstico do alcoolismo.
Como classificar o alcoolismo?
O alcoolismo é classificado em leve, moderado e grave com base na intensidade dos sintomas e no impacto na vida do indivíduo.
- Leve envolve sinais iniciais de dependência, como consumo regular excessivo, mas com sintomas de abstinência menores.
- Moderado inclui sintomas mais evidentes, como dificuldades de controle e tolerância aumentada, além de problemas funcionais significativos.
- Grave é caracterizado por uma dependência severa, com sintomas intensos de abstinência, incapacidade de controlar o consumo e sérios prejuízos à saúde e vida social.
É possível curar o alcoolismo?
Não, o alcoolismo não tem cura, mas é possível controlar e gerenciar a condição com tratamento adequado, apoio psicológico, mudanças de comportamento e suporte contínuo.
Como buscar ajuda para um alcoólatra?
Buscar ajuda para um alcoólatra pode envolver a internação em um centro de reabilitação, mas nem sempre é possível obrigar alguém a se tratar.
Este tipo de tratamento pode ser solicitado por familiares, amigos ou profissionais de saúde.
E em casos de risco iminente à saúde ou segurança, a internação involuntária pode ser uma opção, mas requer decisão judicial e avaliação médica.
Neste cenário, o ideal é encorajar o indivíduo a buscar ajuda voluntariamente, oferecendo apoio e informações sobre opções de tratamento e grupos de suporte.
Qual o tratamento para uma pessoa alcoólatra?
Após o diagnóstico do alcoolismo, algumas opções de tratamento são:
- Terapia Comportamental: ajuda a modificar padrões de pensamento e comportamento relacionados ao uso de álcool, promovendo habilidades para lidar com situações que desencadeiam o desejo de beber.
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): foca na identificação e alteração de pensamentos disfuncionais e comportamentos relacionados ao consumo de álcool, algo que ajuda a desenvolver estratégias para enfrentar desafios.
- Medicamentos: utilizados para reduzir o desejo de beber e os sintomas de abstinência. Exemplos incluem naltrexona, acamprosato e disulfiram.
- Grupos de Apoio: reuniões, como Alcoólicos Anônimos (AA), oferecem suporte emocional e compartilhamento de experiências entre pessoas em recuperação.
- Internação em Reabilitação: programa intensivo em ambientes controlados para desintoxicação e tratamento intensivo, com suporte contínuo e acompanhamento.
- Tratamento Familiar: envolve a família no processo de recuperação, algo que ajuda a melhorar o ambiente familiar e a apoiar a recuperação do indivíduo.
Como é realizado o tratamento do alcoolismo?
O tratamento do alcoolismo combina terapia comportamental, suporte psicológico, medicamentos e grupos de apoio.
A duração varia conforme a gravidade, com tratamentos iniciais de 3 a 6 meses e acompanhamento contínuo.
Como o Grupo Recanto pode ajudar?
O Grupo Recanto, com mais de 15 anos de experiência, oferece um tratamento especializado para distúrbios psiquiátricos e dependência química.
Com infraestrutura moderna e equipe qualificada, adotamos um modelo humanizado e baseado na Psiquiatria Moderna.
Além disso, a nossa clínica integra descobertas da neurociência e uma abordagem multidisciplinar, o que proporciona diagnósticos do alcoolismo precisos e planos de tratamento personalizados.
Isso permite uma gestão eficaz dos distúrbios mentais que minimiza os riscos e promove uma recuperação abrangente.
Saiba mais com a equipe de especialistas do Grupo Recanto.
Conclusão
O diagnóstico do alcoolismo e tratamento são processos essenciais para a recuperação e bem-estar do indivíduo.
E como você viu, identificar sinais precoces e buscar ajuda profissional pode fazer uma grande diferença na eficácia do tratamento.
Com uma combinação de terapias, apoio psicológico e, quando necessário, internação, é possível gerenciar a dependência e melhorar a qualidade de vida.
No mais, lembre-se que o Grupo Recanto oferece suporte especializado e uma abordagem humanizada para ajudar os pacientes a alcançar uma recuperação sustentável.
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.