As desculpas de um alcoólatra são um mecanismo de defesa para evitar encarar a realidade do vício.
Neste cenário, muitas vezes, ele justifica o consumo com frases como “só hoje” ou “isso me ajuda a relaxar”.
Reconhecer essas desculpas é o primeiro passo para buscar ajuda, e a recuperação exige tratamento adequado, apoio e, acima de tudo, a decisão de mudar.
Vamos juntos entender mais sobre essas desculpas de um alcoólatra e métodos para tratá-lo?
Qual o pensamento de um alcoólatra?
O pensamento de um alcoólatra é dominado pela obsessão e compulsão em relação ao álcool, ou seja, ele não consegue parar de pensar na bebida e, ao consumir, age de forma descontrolada, ignorando as consequências.
Por exemplo, mesmo prometendo beber apenas um copo, ele perde o controle e continua até ficar intoxicado, algo que afeta a sua saúde, trabalho e relacionamentos.
Reconhecer esse padrão é crucial para entender as desculpas de um alcoólatra e, posteriormente, buscar ajuda para iniciar a recuperação.
Qual é o perfil de um alcoólatra?
O perfil de um alcoólatra é marcado por:
- dependência física e emocional: necessidade constante de consumir álcool para se sentir “bem”;
- comportamento compulsivo: incapacidade de controlar a quantidade de bebida consumida;
- pensamento obsessivo: foco excessivo em obter e consumir álcool;
- justificativas e negação: minimiza o problema ou culpa fatores externos pelo consumo;
- consequências negativas: problemas de saúde, conflitos familiares, dificuldades no trabalho e sociais;
- tolerância aumentada: precisa de doses cada vez maiores para sentir os mesmos efeitos;
- sintomas de abstinência de álcool: ansiedade, tremores e mal-estar ao ficar sem beber.
Leia também: Sintomas de abstinência de álcool: como identificar e tratar?
Como funciona a mente do alcoólatra?
A mente de um alcoólatra funciona em um ciclo de obsessão e compulsão, em que o consumo de álcool se torna o centro de seus pensamentos e ações.
Com isso, ele desenvolve uma dependência física e emocional, o que faz com que o álcool seja visto como uma “solução” para aliviar estresse, ansiedade ou outras emoções difíceis.
Aqui, a negação é um mecanismo comum: ele justifica seu comportamento com desculpas de um alcoólatra, como “eu posso parar quando quiser” ou “só bebo socialmente”.
Essa distorção do pensamento impede que ele reconheça o problema.
Além disso, a mente do alcoólatra é marcada por compulsão: mesmo sabendo dos danos causados pelo excesso, ele perde o controle ao começar a beber.
A tolerância aumentada também faz parte desse processo, levando-o a consumir quantidades cada vez maiores para atingir o mesmo efeito.
Tipos de desculpas de um alcoólatra
Abaixo, listamos as principais desculpas de um alcoólatra. Confira.
1. Negação
O alcoólatra nega que tem um problema, usando frases como: “Eu não sou alcoólatra, só bebo socialmente”.
Essa desculpa serve para evitar encarar a realidade do vício.
2. Minimização
Ele tenta diminuir a quantidade consumida, dizendo coisas como: “Eu só bebi um pouco, não foi nada demais”.
Essa estratégia é uma das desculpas de um alcoólatra que ajuda a justificar o comportamento sem assumir a gravidade da situação.
3. Culpar outras pessoas ou situações
O alcoólatra transfere a responsabilidade, afirmando coisas como: “Se meu chefe não fosse tão exigente, eu não precisaria beber”.
Esse tipo de desculpa coloca a culpa em fatores externos, o que evita a autocrítica.
4. Desculpas emocionais
O álcool é usado como escape para sentimentos difíceis, com frases como: “Eu bebo porque estou muito estressado, não consigo relaxar de outra forma”.
Essa justificativa reforça a ideia de que o álcool é uma “solução” para problemas emocionais.
5. Desculpas míticas ou falsas
Ele cria argumentos sem base real, como: “Beber vinho todo dia faz bem para o coração”.
Essas desculpas de um alcoólatra servem para mascarar a dependência e adiar a busca por ajuda.
6. Problemas específicos
O alcoólatra associa o consumo a situações pontuais, dizendo: “Só bebo quando estou triste, é a única coisa que me ajuda”.
Essa desculpa mostra como o álcool se torna um mecanismo de escape, algo que perpetua o ciclo do vício.
Quando a pessoa é considerada alcoólatra?
Uma pessoa é considerada alcoólatra quando apresenta dependência do álcool, caracterizada por um padrão de consumo que causa prejuízos significativos à saúde física, mental, social ou profissional.
De acordo com critérios médicos e psicológicos, como os descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) ou na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), o alcoolismo é diagnosticado quando há:
- dificuldade de controlar o consumo de álcool, mesmo quando há desejo de parar;
- necessidade de aumentar a quantidade de álcool para atingir o mesmo efeito;
- mal-estar físico e psicológico (como tremores, ansiedade, sudorese ou insônia) ao reduzir ou parar de beber;
- dificuldades em cumprir obrigações no trabalho, escola ou em relacionamentos devido ao consumo de álcool;
- persistência em beber mesmo ciente dos problemas causados pelo álcool.
Qual o primeiro passo para ajudar um alcoólatra?
O primeiro passo para ajudar uma pessoa com alcoolismo é abordá-la com empatia, respeito e sem julgamentos.
Aqui, é fundamental criar um ambiente de confiança e apoio, pois a negação do problema é comum entre quem sofre com a dependência do álcool.
Durante essa conversa, recomende para a pessoa a busca por ajuda profisisonal em uma clínica, com apoio de médico, psicólogo e especialistas em dependência química.
Se possível, ofereça-se para acompanhá-la na primeira consulta ou na visita a esses espaços.
Quais são os tipos de tratamento para alcoólatra?
- Desintoxicação médica
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
- Medicamentos para controle da dependência
- Grupos de apoio (ex.: Alcoólicos Anônimos – AA)
- Terapia familiar
- Internação em clínicas de reabilitação
- Acompanhamento psicológico individual
- Programas de prevenção de recaídas
- Acompanhamento psiquiátrico
- Educação sobre o alcoolismo e seus efeitos
- Atividades de reinserção social e ocupacional
Conheça a Clínica Hospitalar Recanto
Especializada no tratamento do alcoolismo, a Clínica Hospitalar Recanto oferece uma abordagem humanizada e personalizada, com uma equipe 100% especializada.
Aqui, priorizamos o acolhimento, por isso usamos métodos como os 12 passos e a Terapia Racional Emotiva (TRE) para tratar as causas profundas da dependência.
Além disso, a nossa estrutura completa e ambiente acolhedor garantem uma jornada sólida rumo à recuperação e à reintegração social.
Conclusão
Reconhecer as desculpas de um alcoólatra é o primeiro passo para ajudá-lo a enfrentar o vício.
E como você viu, as desculpas de um alcoólatra podem ser as mais diversas possíveis, passando desde o estado de negação, minimização ou mentiras.
Mas com empatia, apoio profissional e tratamentos adequados, como os oferecidos pela Clínica Hospitalar Recanto, é possível superar a dependência e reconstruir uma vida saudável.
Lembre-se: a recuperação é um processo desafiador, mas com o suporte certo, a mudança é possível!
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.