ocê já deve ter sofrido ou conhecer alguém que teve problemas com crise de depressão.
Atualmente, essa doença tem sido cada vez mais comum nesse mundo em que estamos vivendo.
Antes de entrarmos no tema principal desse artigo, que é a crise de depressão, se faz preciso entender o que é a depressão e o que ela faz com a pessoa.
A depressão é um transtorno mental, categorizado como transtorno de humor.
Esses transtornos consistem em alterações emocionais que perduram por períodos prolongados ou alternam de maneira excessiva e muito rápida.
Já a depressão dentro desse quadro se categoriza por apresentar tristeza persistente, fadiga e cansaço, angústia persistente, perda de interesse em atividades diárias e de gosto pessoal, alterações de peso, humor e sono, entre vários outros sintomas.
A depressão faz com que seja difícil sentir prazer, nas atividades mais simples até as mais complexas, prejudicando imensamente a vida da pessoa em diversos setores.
O que é uma crise de depressão?
Uma crise de depressão é quando os sintomas estão em seu pico de intensidade, impossibilitando da pessoa realizar suas atividades cotidianas impactando negativamente em tudo o que vai fazer.
As crises se caracterizam principalmente pelo descontrole emocional e a incapacidade da pessoa de lidar com o conflito.
Embora, inicialmente possa parecer que esse fenômeno acontece “do nada”, não é verdade!
Ele possui algumas possíveis causas, além disso, é possível com ajuda especializada prevenir que esse tipo de situação aconteça.
O que causa uma crise de depressão?
A crise de depressão pode ser desencadeada por determinados eventos e gatilhos, acontecimentos que envolvam ameaças de perda ou perda iminente. Podem ser como um choque emocional para a pessoa depressiva, fazendo com que naquele momento haja uma crise.
Mudanças na rotina ou na vida da pessoa também podem desencadear uma crise, seja uma mudança planejada ou súbita, o que realmente importa é como a pessoa recebeu essa informação.
Um conflito ou um problema muito grande, no qual a pessoa não tenha capacidade de lidar ou pensar em como resolver também pode ocasionar a crise depressiva.
Situações traumáticas em uma pessoa que já possui depressão ou eventos acidentais que acontecem subitamente também possuem histórico de despertar crises; todavia é importante dizer que cada pessoa se afeta de maneira diferente, assim o que despertar crise de depressão em alguém pode não necessariamente despertar no outro.
Fatores de risco para uma crise de depressão
Considere que existem 4 fatores de risco principais que desencadeiam uma crise de depressão:
1- A falta de tratamento e de um acompanhamento profissional de um psicólogo ou psiquiatra que possa identificar sinais de uma possível crise de depressão.
2- Pessoas portadoras de outros transtornos mentais em relação à comorbidade com a depressão podem apresentar com mais facilidade a crise, uma vez que sofrerão sintomas das duas patologias.
3- Fases de transição, sejam elas estados de maturação, ou seja, da adolescência para a fase adulta ou transições de estilo de vida ou de lugar.
4. Mudanças num sentido mais amplo,que podem deixar a pessoa mais ansiosa e com expectativas, facilitando com que possa ocorrer crises.
Qual a diferença entre tristeza e depressão?
Para se determinar a diferença entre tristeza e depressão, partimos dos critérios de três aspectos que são importantes analisar para determinar a diferença entre eles, são a duração em termo temporal, a intensidade e as causas.
O tempo de duração entre uma tristeza e uma depressão tem suas diferenças, enquanto a tristeza tem a característica de ser momentânea e breve durando algumas horas, a depressão tem um potencial de durar horas, dias, semanas e até anos.
Assim como o tempo a intensidade é diferente entre esses sentimentos, sendo a tristeza um sentimento normal, ela não nos afeta por inteiro por exemplo, mesmo tristes conseguimos continuar produtivos, mas quando se fala em depressão seu peso afeta várias áreas da nossa vida, seja ela família, trabalho, relacionamentos.
Também ocorre uma diferenciação quando se diz respeitos as causas de cada um, enquanto a tristeza geralmente tem uma causa específica, a depressão pode se originar em causas biológicas como: uma produção desregulada de hormônios, aspectos da personalidade da pessoa, além de fatores genéticos.
Uso de drogas e depressão
O grande estado de sofrimento causado pela depressão traz uma falta de esperança para o indivíduo, que acaba não aguentando a sua realidade, está sempre com tristeza profunda. Decorrente disso muitos depressivos buscam um meio de escapar da realidade que o causa tanta angústia.
Um desses modos de escapismo é o uso de drogas, as substâncias químicas possui muitas vezes propriedades alucinógenas ou entorpecentes, que reforçam a crise do sujeito, deixando em escapismo e muitas vezes em um estado de latência dependendo se droga for muito forte ou não, acabando por alimentar mais ainda a depressão.
Também existem drogas que fazem uma produção exacerbada de hormônios da felicidade onde se causa um vício por aquela substância podendo ser totalmente nocivo a saúde física e mental do sujeito.
Quais são os tipos de depressão?
A depressão pode ser ocasionada por múltiplos fatores, e por conta dessa diversidade de fatores causadores ela acaba gerando tipos de depressão. Por conta desses diferentes tipos uma pessoa depressiva pode se comportar de maneira diferente da outra com uma tipificação diferente.
Dentre essa diversidade podemos apresentar sete tipos, sendo eles:
Depressão clássica, onde apresentam os sinais clássicos de depressão, como: humor deprimido, pouco ou nenhum interesse em realizar atividades, sensação de inutilidade. Outra variação é o transtorno depressivo persistente, que não é intenso quanto a depressão clássica, mas tem uma duração maior fazendo jus ao nome podendo durar dois anos.
O transtorno afetivo sazonal é outro tipo de depressão e também curioso, ele surge à medida que os dias ficam mais curtos nas estações mais frias do ano, sendo assim por conta do clima o sujeito acaba alterando seu ritmo diário natural do corpo, alterando seus hormônios que consequentemente alteram seu humor drasticamente.
A depressão também pode atingir as mulheres de forma específica, uma delas é a depressão pós parto onde ela inclui episódios depressivos maiores, que surtem efeito nela, no bebê e até mesmo na família. Outra variação é a desordem disfórica pré-menstrual, que é uma forma grave de TPM onde existem os sintomas da tensão pré-menstrual, mas sendo mais intenso.
Por último temos dois transtornos, um deles é o transtorno bipolar, onde a pessoa com bipolaridade tem episódios depressivos, o outro é a depressão psicótica, onde as pessoas sofrem de uma depressão extrema podendo apresentar junto com ela, alucinações, ilusões e falsas crenças.
Quais os sintomas de uma crise de depressão?
Durante uma crise de depressão a pessoa pode sentir-se desorientada e confusa, assim como sentir alterações na consciência, causando ou intensificando os dois efeitos anteriormente citados.
Além deles, os sintomas comuns da depressão também estão presentes, porém potencializados e com intensidade muito maior.
Dentre eles podemos destacar:
- Tristeza intensa e persistente
- Angústia intensa e persistente
- Pessimismo sobre si e/ou sobre o mundo
- Pouca ou ausência de energia
- Fala pouco articulada e devagar
- Dores intensas pelo corpo
- Alterações de humor mais frequentes
- Inquietação e irritabilidade
- Pouca ou falta de vontade para realizar o que deseja
- Possível ideação suicida
- Ansiedade
- Delírios
Os sintomas da crise de depressão podem variar de acordo com o tipo de depressão e com o tipo de mente e corpo que cada pessoa tem, afinal, cada um é diferente do outro.
O que fazer em uma crise de depressão?
Primeiramente, é importante comunicar ao profissional psiquiátrico que está acompanhando o paciente
Pode ser que não consiga identificar como uma crise de depressão num primeiro momento, mas relate que houve um aumento significativo na intensidade dos sintomas, aliado aos sintomas citados acima.
Assim, o profissional poderá lhe indicar as melhores opções para o caso.
Porém, obviamente, isso vale para aqueles que já estão em tratamento especializado.
Para quem não estiver se tratando e se identificar com algum dos sintomas que já mencionei acima, sugiro a busca por um psicólogo ou psiquiatra.
O que fazer em momentos depressivos?
Realizar atividades de rotina e do gosto da pessoa podem ajudar a minimizar os sintomas da crise, assim como a administração de certos remédios que devem ser apenas administrados sobre receita médica de um psiquiatra.
Mesmo estando desmotivado e sem vontade de fazer algo, é importante que a pessoa faça alguma atividade física, nem que seja levantar de onde estiver e andar um pouco pela casa, para descarregar um pouco a energia do corpo e produzir hormônios de bem-estar.
Para quem estiver acompanhando a pessoa, é importante que acolha ela e seja empático, procure não fazer comentários negativos ou que emitam julgamento.
Muitas vezes escutar já é fazer a maior parte do trabalho, preste atenção naquilo que é dito, leve em consideração o que foi falado e procure ajudar, se possível vá atrás de ajuda especializada se já não houver.
Como é feito o diagnóstico de depressão?
Apenas um profissional especializado pode realizar o diagnóstico da depressão.
Para realizar o diagnóstico da depressão o profissional irá avaliar aspectos do comportamento daquela pessoa, como ela está se sentindo, levando em consideração a causa da sua tristeza persistente, quais emoções estão envolvidas ali, para que haja a intervenção correta.
Ele levará em conta o histórico clínico da pessoa e da família, se houver, a observação clínica assim como testes e questionários, bem como o relato da pessoa para dar o diagnóstico.
Não existe um teste específico que diagnostique esse fenômeno da depressão, é preciso confiar na experiência clínica do profissional juntamente dos dados disponíveis.
Muitas vezes a pessoa não sabe que possui a depressão até acontecer uma crise, que leva ela e sua família a se perguntar o que está acontecendo e buscar ajuda.
Tente evitar chegar a esse ponto!
Diagnóstico de depressão em idosos
O diagnóstico da depressão passa por várias etapas, primeiramente por uma anamnese, com familiares, cuidadores, seguidos de um exames psiquiátricos minuciosos, avaliações neurológicas, exames de laboratório também fazem parte deste processo de diagnóstico.
No idoso dentro do diagnóstico se apresentam sintomas comuns de depressão, mas também acompanhados de alguns fatores, como queixas de doenças psicossomáticas, hipocondria tem uma maior recorrência, além de ter alto potencial suicida precisando-se dar mais atenção às pessoas com essa faixa etária.
É possível ter o diagnóstico de depressão online?
O diagnóstico da depressão online existe mas não é recomendável, uma vez que através deste método deixam-se de avaliar vários aspectos que são extremamente necessários, para fechar um diagnóstico.
Somente um profissional da área da saúde mental pode pode realizar o ato de diagnóstico, pois dentro desse processo, existe uma avaliação do sujeito como um todo, e não somente seus sintomas, aspectos da vida pessoal, sintomas, relações com as outras pessoas. Precisa-se também de exames que possam ajudar a detectar a causa desse transtorno.
Por conta disso o diagnóstico online não é completo, deixa de lado a leitura presencial, a relação entre terapeuta e paciente pode ficar defasada.
Esse transtorno tem cura?
Alguns autores indicam que depressão tem cura, uma vez que o paciente se encontra feliz, sem os sintomas da depressão, mas que é preciso um acompanhamento terapêutico, para que seja um objeto de intervenção caso esse transtorno volte, o que é de grande facilidade.
Mas há também profissionais que dizem que a depressão não tem cura, justamente porque ela pode sempre está voltando a aparecer no sujeito, mas afirmam que os tratamentos feitos, tem a finalidade de, ajudar a pessoa a conviver com seu transtorno, muitas pessoas precisam continuar com medicamentos antidepressivos e está sempre fazendo psicoterapia, a depressão não deixa de existir, mas sim é aliviada e o paciente compreender melhor quais as atitudes que pode fazer para se sobressair diante de uma crise de depressão.
Como ajudar uma pessoa depressiva?
É possível ajudar uma pessoa com depressão. Separei alguns ações que são muito importante:
- Além de incentivar a busca por tratamento e ajudá-la nesse processo, é preferível que acolha a pessoa e escute o que ela tem a dizer, oferecendo e praticando a empatia naquilo que ela estiver precisando e lhe dizendo.
- Não ignorar ou menosprezar o sofrimento da pessoa; procurar não tecer comentários julgativos ou se usar como parâmetro. Entenda que cada um é diferente e que o sofrimento não precisa ser maior que o outro. Não é uma competição!
- Procure também conversar sobre o processo da depressão sempre que houver uma abertura. Pergunte sobre as preocupações dela, de como anda o tratamento e como ela está se sentindo.
- Mas não fique só nisso, procure falar também dos hábitos e atividades que a pessoa gosta e a partir do que ela for falando, vá desenvolvendo a conversa em cima do que lhe é falado, não tente ir por temas perigosos ou possivelmente ofensivos à pessoa.
- Incentive as saídas com os amigos e colegas, para que a pessoa possa socializar e aproveitar as pequenas coisas que o momento fornece. Incentivar a socialização ajuda a minimizar os sintomas e fazer com que a pessoa pense e realize coisas que fujam da depressão.
- Ajude a pessoa a manter uma rotina mais saudável, pois os sintomas da depressão podem gerar situações inesperadas e nunca se sabe quando a pessoa pode precisar de ajuda.
- Acompanhe o tratamento quando possível e se faça presente nos momentos que for solicitado. Pode parecer pouco, mas isso faz uma enorme diferença para quem está passando pelo fenômeno.
Quais são os métodos de tratamento para a doença?
Existem diversos tipos de tratamentos para a depressão, porém nem todos são confiáveis.
Aqueles que com o tempo vem demonstrando eficiência comprovada por estudos científicos e clínicos serão apresentados aqui.
Psicoterapia: A psicoterapia é uma das principais ferramentas no combate a doença, pois é através dela que serão tratados os efeitos psicológicos da doença, bem como serem retrabalhados os pensamentos depressivos e a criação de novos hábitos para frear o avanço da doença.
A psicoterapia funciona tanto como tratamento a depressão como prevenção a doença, eu suma as psicoterapias, usam técnicas que procuram promover o autoconhecimento do paciente visando modificar seus pensamentos e comportamentos para solucionar o problema.
Tratamentos naturais: Aqui falamos de ações que podem ser executadas pelos próprios pacientes como mudanças de hábitos e que são recomendadas por especialistas no tratamento.
A prática de exercícios regulares e uma dieta com uma alimentação balanceada ajudam no tratamento, de modo que a prática de exercícios físicos promove a liberação de hormônios como dopamina e endorfina, que geram a sensação de prazer e bem-estar.
Essas atividades ajudam a regular um pouco melhor o nível dos hormônios, que ficam em menor quantidade por conta da tristeza e angústia contínua.
Remédios: Os usos de remédios para o tratamento só deve ser usado de acordo com a prescrição médica, dentre eles os efeitos, dosagens, intervalo das doses, pode variar de pessoa para pessoa e de acordo com o tipo de depressão que cada um tem.
Seja os antidepressivos ou ansiolíticos, a maioria deles procura equilibrar os neurotransmissores, realizando um processo semelhante à prática de exercícios físicos e boa alimentação, porém de modo artificial e mais potente.
Outros buscam a redução gradual ou total dos sintomas causados pela depressão, outros podem prevenir os surtos e crises de depressão.
Tratamentos alternativos: As outras alternativas, são aquelas que podem ser usadas em casos mais específicos ou apenas por que não são tão conhecidas, mas sua efetividade é real.
Tratamentos como Mindfulness, meditação yoga, estimulação magnética, ativação comportamental, até mesmo hobbies como pintar, dançar, jogar, praticar esportes, todas essas práticas ajudam a diminuir a ansiedade e o estresse, assim como o relaxamento da mente e corpo após a prática.
Onde encontrar tratamento para depressão?
Existem várias oportunidades de encontrar tratamento para depressão, seja consultando um psiquiatra ou um psicólogo, como procurando uma clínica de reabilitação.
O que muitos não sabem é que algumas clínicas também possuem enfoque em tratamento de saúde mental, como é o caso do Grupo Recanto.
Aqui você pode encontrar apoio e tratamento para as crises de depressão.
Numa clínica de reabilitação são usados diversas combinações de tratamentos para o transtorno depressivo, seguindo as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e da legislação Brasileira, que indica que o tratamento da depressão deve ser um tratamento multidisciplinar, pois é uma doença multifatorial.
A clínica tem como objetivo cuidar e estabilizar a crise de depressão, bem como tratar das possíveis causas que levaram a isso, de modo a reorganizar os pensamentos e provocar novos hábitos para que seja possível reinserir a pessoa na sociedade.
Então, se precisar de ajuda, sinta-se livre para contar com nosso apoio!
Conclusão
Embora a depressão seja um dos assuntos mais comentados dos últimos anos, possivelmente da década, contudo não é muito comentado sobre as crises que a depressão pode proporcionar.
Agora que entende o que é esse processo e sabe como pedir ajuda, é importante que se atente aos sinais e sintomas destacados durante o texto e procure ajudar seu ente querido ou amigo de forma empática e compreensiva como tenho dito.
A crise de depressão pode parecer algo simples no começo, mas se leu atentamente, conseguiu entender que é um fenômeno com muita complexidade e que também merece cuidados, bem como tratamento.
Continue em nosso blog para mais conteúdo sobre a doença da depressão e conteúdos sobre saúde mental.
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.