Esse é um assunto ainda permeado por muitas dúvidas: o que é uma clínica de recuperação? Qual o seu papel? O que é a dependência química? E por que buscar tratamento?
As respostas para essas perguntas e para outros questionamentos, você encontrará no decorrer do texto, um fato é, que a dependência química é uma doença complexa e que apesar de possuir tratamento, a maioria não sabe ou não entende como funciona.
Como verá mais adiante, a clínica de reabilitação oferece um modelo de tratamento por internação, possibilitando o cuidado máximo da pessoa e o alívio dos sintomas que possui, assim como um tratamento aprofundado das causas.
Os tipos de internações, as diferenças entre masculino e feminino com relação ao tratamento, são questões que também serão discutidas ao longo do desenvolvimento do texto.
É preciso que se mantenha atento, pois há muitos mitos sobre esse tema, que só poderão ser esclarecidos com uma leitura atenta, assim como poderá entender como ajudar a si mesmo e a seu parente/amigo em situação de dependência.
O que é uma clínica de recuperação ou reabilitação?
A Clínica de Recuperação ou Reabilitação oferece uma proposta de tratamento fundamentada no comportamento humano, como objetivo de informar/educar os(as) pacientes para que estes(as) possam compreender a severidade e consequências da sua dependência química.
Dessa forma, também conscientizá-los(às) dos mecanismos de defesa mentais, para que possam reconhecer suas impotências, buscando obter um melhor estado emocional e desenvolver estratégias para prevenir recaídas.
Os tratamentos contemporâneos podem envolver modelos médicos, psicológicos, psicossociais e espirituais.
As técnicas terapêuticas mais eficazes se baseiam na proposta de que as dependências são doenças biopsicossociais que necessitam de abstinência completa e amadurecimento pessoal, sustentados na recuperação e nas mudanças de comportamentos.
Podemos utilizar a definição da clínica de recuperação ou reabilitação como uma instituição que provê o tratamento da dependência química em toda a sua complexidade.
Além de disponibilizar um local seguro para que se consiga a abstinência total do uso de substâncias psicoativas, o tratamento de desintoxicação (biológico), e sua realidade psicossocial e espiritual.
Comumente o(a) dependente químico(a) ou a família, buscam o tratamento, em um momento de crise em que o(a) dependente apresenta claros prejuízos nas áreas: física, mental, espiritual, social, familiar e profissional.
Neste momento é de fundamental importância o acolhimento estruturado de uma clínica de recuperação ou reabilitação, que deve proporcionar aos(as) dependentes uma diminuição de suas defesas, resistências e para que assim demonstrem maior disponibilidade e abertura a mudanças.
Qual a importância da clínica de recuperação de drogas?
A clínica de recuperação de drogas possui uma grande importância para a recuperação da pessoa que está em situação de dependência.
A dependência química é uma doença complexa e que afeta a pessoa como um todo, de maneira emocional, social, biológica e psicológica, precisando de um tratamento igualmente complexo.
Dessa maneira, a clínica de recuperação é importante para não só tratar dos sintomas das doenças, mas também, se investigar as possíveis causas que levaram a condição de dependência, assim como suas atitudes e pensamentos que perpetuam essa condição.
A clínica funciona como um espaço capaz de acolher os sofrimentos e dores dessas pessoas, e assim, conscientizar do porquê estão ali e realizar um tratamento que atenda às necessidades deles.
Além de, os preparar novamente para um convívio social e construção de um novo estilo de vida.
O que pode levar uma pessoa a usar drogas?
Diversos fatores podem contribuir para que o(a) indivíduo(a) venha a fazer o uso de substâncias químicas. Cada pessoa possui um universo particular de costumes e crenças, alguns(as) acreditam que o uso de drogas é um tabu enquanto outros(as) despertam curiosidade. Estudos comprovam que tais fatores se manifestam no emocional, social e biológico.
Com relação ao meio social, a droga se faz presente quase que em todos os lugares, seja em locais de periferias ou colégios e faculdades, a curiosidade pode ser um péssimo aliado neste momento pois pode abrir a porta para um primeiro contato com as substâncias, temos ainda o agente influenciador, que pode ser representado na figura de um amigo ou um grupo de pessoas, que já fazem uso de alguma substância facilitando o acesso à droga.
Já o fator emocional parte de quando o indivíduo(a) pretende uma alteração do seu estado de consciência real, ou seja, ele(a) tem dificuldades para lidar com responsabilidades e emoções criando expectativas, acaba por se frustrar e consequentemente usando para minimizar a dor.
Quando o paciente apresenta insegurança e acredita que ao fazer uso de determinada droga obtém a coragem necessária para realizar alguma atividade, quando não há perspectivas de crescimento pessoal e profissional na vida o uso de drogas acaba sendo a zona de conforto.
Ou quando se perde o raciocínio do certo e errado, a droga passa a ser uma aliada como fator de transgressão.
De uma maneira geral, o uso de drogas traz uma falsa sensação de fuga dos problemas.
Por fim, temos o fator da hereditariedade onde a influência genética torna-se um marcador no organismo do indivíduo(a), podendo em tempo de vida indeterminado despertar o uso de substâncias químicas.
Por essas e outras razões que se torna importante buscar uma clínica de recuperação de drogas, pois seja qual desses fatores que tiver afetar e levado a pessoa às drogas, lá ele será tratado a fundo e por especialistas.
Quais são os sintomas da dependência química?
Os sintomas aparecem em sete formas, tendo cada uma sua peculiaridade.
Com uma maneira de agir visando a desadaptação do uso de substância, provocando um sofrimento considerado significante do ponto de vista clínico, manifestado por três (ou mais), no período de 12 meses, apresentando-se através da saúde física e de comportamentos da pessoa.
São os sintomas:
- Uso em grandes quantidades com os períodos de uso maiores que o intencionado;
- o organismo passa a apresentar tolerância e naturalmente aumentam as quantidades e os tipos de substância;
- uma síndrome de abstinência seguida de um uso para aliviar os sintomas;
- não apresenta muito desejo ou esforço em parar o consumo, diminuir ou controlar;
- um tempo maior gasto em obtenção das substâncias, durante o uso ou mesmo para se recuperar dos efeitos;
- acaba por reduzir ou abandonar atividades comuns, sociais ou ocupacionais devido ao uso;
- utiliza como desculpa para manter o uso algum problema físicos ou psicológicos.
Lembrando que à medida que a dependência química vai se instalando e progredindo o comportamento da pessoa transita e oscila dentre esses aspectos da doença.
Sendo necessário tratamento especializado para minimizar ou reparar os sintomas, como o uso de medicamentos, prática de psicoterapias e a internação em uma clínica de recuperação de drogas.
Como é o tratamento de um dependente químico?
Desenvolvendo cada vez mais o método de tratamento, busca-se colocar em plano de igualdade de discussão a equipe técnica e profissional médicos(as) e psicólogos(as) com os(as) consultores(as) em dependência química que conhecem a fundo o problema da dependência química.
Fazendo assim a união do técnico com o empírico, para melhor entender e ajudar os internados em tratamento visando a recuperação física, emocional, social e espiritual.
O tratamento médico é importante no início para avaliar as consequências clínicas da dependência e acompanhar as manifestações de abstinência.
O tratamento psicológico e de aconselhamento em dependência química visará mudar ou influenciar atitudes e comportamentos de pacientes, para aumentar a motivação de abstinência e diminuir mecanismos de defesa (negação, racionalização e projeção da culpa).
Desta forma é possível que cada residente vá em busca de seu papel, vivendo e discutindo seus problemas em um ambiente seguro e democrático.
A utilização deste modelo desperta a responsabilidade individual e em grupo, facilitando a participação de todos nas atividades propostas no projeto terapêutico.
A clínica de recuperação de drogas, em diferença a outras abordagens de tratamento, mantém um tratamento clínico, psiquiátrico, psicológico e fundamentalmente empírico de um(a) adicto(a) ajudando o(a) outro onde cada caso é um caso e com isso o tratamento deve ser o mais individualizado possível, apesar de não fugir do tratamento em grupo.
Como conceito de tratamento ou intervenção terapêutica, se entende ser uma série de eventos que iniciam quando o usuário(a) de substâncias psicoativas estabelece um contato com uma clínica de recuperação ou reabilitação, estabelecimento de saúde ou serviço comunitário.
O tratamento inclui:
- o diagnóstico,
- tratamento da crise de abstinência,
- a assistência à saúde,
- a conscientização da doença e a reintegração social das pessoas afetadas, com finalidade de chegar a abstinência completa para desta forma tratar a dependência,
- melhorar a saúde e a qualidade de vida, aproveitar ao máximo as capacidades do(a) indivíduo(a) ,
- e prover acesso a serviços, oportunidades e plena reabilitação social.
O programa terapêutico a ser desenvolvido no período de tratamento da clínica de recuperação de drogas tem como objetivo ajudar o(a) dependente químico(a) a se tornar uma pessoa livre através da mudança de seu estilo de vida.
A proposta da clínica de recuperação de drogas deve considerar que o(a) dependente químico(a) pode desenvolver-se nas diversas dimensões de um ser humano integral através de uma comunicação livre entre a equipe e os(as) residentes e uma organização solidária.
A clínica de recuperação de drogas é uma ajuda eficaz para quem tem necessidade de liberar as próprias energias vitais para poder ser uma pessoa em seu sentido pleno, adulto e autônomo, capaz de realizar um projeto de vida construtivo, de aprender a estar bem consigo mesmo e com os outros sem a “ajuda” de substâncias psicoativas.
O objetivo da clínica de recuperação de drogas é o crescimento das pessoas através de um processo individual e social; e o papel da equipe é ajudar o(a) indivíduo(a) a desenvolver seu potencial.
Para que a equipe seja eficaz é muito importante acreditar, independentemente de qualquer comportamento que o residente tenha tido, que ele pode mudar.
Se a equipe acreditar que todos podem mudar, dedicar a atenção que cada um(a) precisa para que a mudança ocorra.
O ambiente da clínica de recuperação de drogas deve possibilitar a aprendizagem social oferecendo a oportunidade de interagir, escutar, aprender, projetar, envolver-se e crescer de maneira que, normalmente reflita a capacidade e o potencial individual e coletivo das pessoas que dela fazem parte.
O tratamento da clínica de recuperação de drogas deve incluir:
- Desintoxicação;
- Terapia Cognitiva Comportamental;
- Psicoterapia individual e em Grupo;
- Programa de Prevenção a recaída;
- Doze passos do N.A e A.A;
- Entrevista Motivacional;
- Espiritualidade;
- Laborterapia;
- Atividades Físicas; Reuniões / T.E.R. (Terapia Racional Emotiva);
- Conscientização da doença;
- Inventário pessoal e Visita Familiar.
Quanto tempo leva para desintoxicar o organismo de drogas?
O tratamento é um processo longo e de várias frentes, e que leva tempo. Esse tempo ainda é discutível.
A maioria dos pesquisadores(as) modernos(as), porém, concluiu que o tratamento deve consistir na combinação de métodos que ajudem a alcançar o maior potencial de abstinência durante a vida inteira.
Quando um(a) dependente entra na reabilitação pela dependência de substâncias, a primeira coisa é ajudá-lo(a) no processo de desintoxicação.
Algumas reabilitações acabam seu trabalho aqui, enquanto outras o incluem como parte de um programa mais longo que abrange outros aspectos, detalhados a seguir.
A internação em um centro de recuperação, localizado em um lugar grande, arborizado e propício a se ter um ambiente favorável a recuperação dura em média seis meses.
O modelo de internação é terapêutico e tende a mesclar ensinamentos fortalecendo a aliança terapêutica buscando o reforço da união do trabalho profissional de Técnicos (Corpo médico – clínico e psiquiatra, Psicólogos, Nutricionista, Enfermagem e Educador físico) com o empírico vivencial.
Que são pessoas que estão livres das drogas e que têm experiência a ser repassada, ensinando o caminho da recuperação (Gerente de Tratamento, consultores em dependência química – Conselheiros e Monitores).
Médicos e outros profissionais da área da saúde, podem atender individualmente e em grupo os(as) pacientes com dependências leves a moderadas e sem complicações associadas importantes.
De uma forma geral, estes(as) pacientes devem também frequentar reuniões de recuperação que seguem os 12 passos.
Os programas dos 12 passos são considerados por vários(as) pesquisadores(as) como a forma mais eficaz de tratamento. Os 12 passos de recuperação, criados originalmente pelos fundadores do AA, Bill W. e Dr. Bob, provaram aumentar as taxas de sobriedade após dois anos quando comparados com outras terapias.
Os Narcóticos Anônimos, um dos vários programas de 12 passos que se originaram no A.A., adaptou este programa para dar apoio aos(as) dependentes de outras drogas.
A terapia comportamental cognitiva, por sua vez, é uma espécie de psicoterapia utilizada para uma variedade de distúrbios mentais. Os praticantes desse método acreditam que se concentrar nas razões do comportamento dependente pode ajudar a erradicá-lo de suas vidas.
A maioria das reabilitações inclui esta terapia como parte de seu programa geral de tratamento, e costuma ser oferecida em grupo, individualmente e em família.
Os remédios são outra frente nos tratamentos modernos contra a dependência. Os medicamentos podem ser utilizados para ajudar a aliviar os sintomas físicos e psicológicos da abstinência.
A abstinência é considerada dolorosa, o que leva à administração de medicação durante quatro a seis semanas após a interrupção do uso, também podendo ser usada como um tratamento a longo prazo, como é no caso das comorbidades (doenças psiquiátricas que coexistem com a dependência química).
Os antidepressivos também costumam ser usados na reabilitação, já que uma das principais comorbidades é a depressão.
Podendo existir em conjunto com a dependência de substâncias ou distúrbio compulsivo e pode ser usada como parte do tratamento em ambos os casos.
O programa de tratamento desenvolvido não é puramente medicamentoso, médico, psicológico, ele segue técnicas das comunidades terapêuticas e de aconselhamento em dependência química.
O programa de recuperação tem objetivos claramente determinados, com prazos estabelecidos, sem que se perca a flexibilidade.
O período para se conseguir a conscientização do problema da dependência numa clínica de recuperação de drogas é de 90 a 180 dias.
É um programa didático-terapêutico composto por vários subprogramas trabalhados de forma coordenada, sendo eles:
- Atendimento Médico Psiquiátrico – São feitas avaliações psiquiátricas do dependente, através de consultas com o profissional que presta serviço como psiquiatra ao centro. São avaliadas as comorbidades e a crise de abstinência e assim são prescritas as medicações necessárias.
- Médico Clínico – Avalia e trata de problemas clínicos relacionados ao uso e abuso da substância e do histórico clínico do(a) paciente, solicita e avalia os exames bioquímicos e laboratoriais, além de atestar a possibilidade de permanência em casos de internação de média durabilidade.
- Atendimento de Psicologia – Terapias psicológicas são importantes, pois atuam nos valores pessoais, na filosofia de vida de cada um(a), facilitando a elaboração e a modificação da postura do(a) dependente perante a droga. A ajuda terapêutica facilita a busca do equilíbrio, da harmonia, da coerência, do crescimento e também de uma nova maneira de pensar e encarar a realidade.
- Social – Visa conhecer dados do(a) próprio(a) dependente e sua relação com as drogas, infância, família e auxiliá-lo(a) em sua elevação de consciência etc. No que diz respeito à família, busca-se o tratamento de sua co-dependência, efetuando-se reuniões de mútua ajuda com dependentes e seus familiares.
- Ajuda mútua – A recuperação de dependente químico através do centro de reabilitação se utiliza dos 12 passos, passando a ter um número significativo de recuperação em escala. Estes ensinamentos são usados para se ter uma maior conscientização do tratamento diário, levando o(a) dependente a se trabalhar para viver sóbrio(só por hoje).
- Educação física – O tratamento é desenvolvido de forma prática através de atividades individuais e coletivas, buscando o desenvolvimento e manutenção das capacidades funcionais do(a) dependente, bem como o desenvolvimento das estruturas e funções, tais como o esquema corporal, consciência e domínio do corpo, coordenação, percepção e organização no tempo e no espaço. O condicionamento físico serve para a eliminação das toxinas e a busca de um melhor relacionamento social e de lazer através de caminhadas, acompanhamento antropométrico dos(as) dependentes, valorização do espaço e da natureza que cerca o centro e a prática de exercícios físicos.
Tipos de internação
Quando abordamos o assunto Internação percebemos três modalidades reservadas aos casos mais graves, que demandam cuidados intensivos. A internação é feita quando o profissional, que orienta o atendimento, percebe que a pessoa tem prejuízos na sua vida social, familiar e de saúde.
Essas internações acontecem em uma clínica de recuperação de drogas, pois elas também se configuram como um ambiente hospitalar, em fato, são consideradas hospitais de pequeno e de médio porte.
Internação voluntária
Quando o dependente aceita o tratamento, esse é o método indicado.
Deve-se sempre procurar uma clínica de recuperação de drogas especializada, para que esta seja capaz de ajudar o(a) paciente nas crises de abstinência, evitando assim a desistência do tratamento por parte do usuário.
Há inclusive documentos formais para que seja reconhecida esta voluntariedade, como uma ficha de voluntário, que é assinada pelo residente no ingresso de seu tratamento.
Deve-se sempre procurar um centro de recuperação de drogas especializado, acolhedor que esteja preparado para ajudar o paciente nas crises de abstinência, na ambivalência inicial e no decorrer de seu tratamento, evitando assim a desistência do tratamento por parte do usuário.
Internação involuntária
É indicado a pessoas que estão correndo risco de vida, mas não aceitam a internação em uma clínica de recuperação de drogas.
Internação involuntária em uma clínica de recuperação de drogas é necessária quando o dependente perdeu a liberdade de escolha, podendo estar colocando em risco a própria vida ou de terceiros.
Na verdade, esta intervenção é um ato de preservação da vida.
Este tratamento é legal (lei 13.840/19) e necessário quando o(a) dependente coloca em risco a própria vida e/ou a vida de terceiros pelo uso abusivo de álcool e outras drogas.
O dependente não consegue mais escolher entre o consumo e a abstinência, ele perdeu a capacidade de julgar os valores e riscos de suas atitudes.
A dependência química já se tornou a coisa mais importante de sua vida. Nesses casos é necessário buscar auxílio profissional para reverter à situação, antes que seja tarde.
Internação compulsória
A internação compulsória é determinada por uma medida judicial onde um Juiz competente vai atestar ou não a necessidade de um tratamento.
Há um grande número de situações envolvendo o consumo de álcool e drogas identificadas como contravenções penais e crimes.
Entre essas situações estão o ato de beber e dirigir, os crimes de natureza aquisitiva, isto é, aqueles que visam a angariar fundos para o porte ou consumo de drogas ilícitas e muitas outras.
Em situações como essas o juiz pode entender que o(a) condenado(a) é portador(a) da dependência química e a prática dos delitos ou é para sustentar o uso ou para conseguir mais uma dose e assim em vez de encaminhá-lo(a) ao sistema prisional, optar por um tratamento adequado em uma clínica de recuperação de drogas visando a reinserção posterior na sociedade.
Tipos de reabilitação
Os usuários de drogas colocam-se constantemente em confronto com a morte: acumulam-se sequências de episódios de extremo risco de vida, associados ou não ao uso de drogas.
No caso dos usuários do álcool, há um tempo maior para que a relação com a substância fique mais problemática.
Para dizer mais claramente, isto só acontece a partir de rupturas concretas do indivíduo com o seu meio, como por exemplo: perder o emprego, crises e às vezes término do casamento ou problemas físicos.
Reabilitação para alcoólatras
O vício em álcool é uma doença crônica que contém uma variedade de causas, que incluem fatores genéticos, ambientais e psicológicos. O alcoolismo possui um grande impacto na vida do dependente, podendo, portanto, até levar à morte.
A pessoa dependente em álcool procura aliviar seus sofrimentos de caráter emocionais ou mascarar dores físicas provocadas pela doença.
Existe uma enorme diferença entre estar bêbado e ser alcoólatra, um indivíduo que ingere álcool socialmente, pode ficar bêbado sem que isso prejudique ou apresente risco a sua vida.
Já no caso do alcoólatra ele consome grandes quantidades que vai muito além do que o organismo pode suportar, em um curto período de tempo.
O consumo exacerbado e frequente do álcool ao longo de muitos meses e anos fazem surgir os efeitos crônicos dessa doença, em vários sistemas do organismo como, por exemplo: no sistema cardiovascular, gastrointestinal, nervoso, e também reprodutor.
Apesar do alcoolismo não ter uma cura permanente, ele pode ser tratado em clínicas de recuperação de drogas. Onde nesses locais ele possui uma estrutura especializada, assim como também seus familiares recebem suporte nesse momento de sua vida.
Reabilitação para dependentes químicos
O programa terapêutico, a ser desenvolvido no período de tratamento, tem como objetivo inicial ajudar o(a) dependente químico(a) a ficar abstêmio de drogas e começar a recuperar seu senso crítico.
A proposta da Clínica de Recuperação de Drogas deve considerar que o(a) dependente químico(a) pode desenvolver-se nas diversas dimensões de um ser humano integral através de uma comunicação livre entre a equipe e os(as) residentes, em uma organização solidária e igualitária.
Para ajudar o(a) dependente químico(a)o centro de recuperação deve criar um ambiente onde ele(a) possa ter a compreensão necessária de que a droga é apenas um sintoma de algo mais profundo que precisa ser trabalhado e que, com certeza, está ligado a mudança de seu estilo de vida e de seus comportamentos.
O processo de recuperação está diretamente inter-relacionado ao trabalho a ser desenvolvido nas cinco áreas – família, relacionamentos, trabalho, lei ou regras sociais e espiritualidade.
Quanto ao gênero
Num ambiente propício para o tratamento da dependência química se tem a separação por gêneros no espaço físico da clínica de recuperação de drogas.
Numa tentativa de evitar que problemas relacionados ao sentimental, comportamental e sexual interfira no propósito do tratamento dos internos(as).
Ambos disponham do mesmo modelo de tratamento, respeitando as peculiaridades de cada e temas relacionados a cada gênero.
Temos então a parte masculina separada da clínica de recuperação feminina.
Como internar um dependente químico em uma clínica de recuperação de drogas?
Essa é uma pergunta muito importante, pois muitas das pessoas que se encontram nessa situação, não possuem forças para lutar contra a doença ou não enxergam que precisam de ajuda, mesmo diante de sinais claros.
Para isso é importante saber como conversar com essa pessoa e convencê-la a buscar o tratamento e aceitar se tratar.
Mas, em caso de insegurança de como abordar a pessoa e sobre o que falar ou como agir diante da situação, se atente nos tópicos abaixo.
Demonstre suporte e interesse em ajudar
Demonstre preocupação com o estado em que as coisas estão, diga que quer ajudar a pessoa, não mencione o tratamento a princípio, procure entender pelo que a pessoa está passando no momento.
O suporte que você deve dar a pessoa não é acobertar o uso de substâncias que ela faz ou mentir para outras pessoas para defender ela, isso na verdade está alimentando ainda mais a dependência química.
O verdadeiro suporte reside em estar presente nos momentos de necessidade, o suporte dado deve ser a pessoa e não a doença, procure tomar ações que definam limites e ajude nas questões emocionais e sociais da pessoa.
Seja empático
É importante que você consiga ser empático nesse momento, para ajudar verdadeiramente alguém é preciso entender minimamente a condição em que a pessoa se encontra.
Dessa forma, procure entender as dificuldades que a pessoa esteja passando, sendo elas relacionadas ao uso de drogas ou não, para que assim consiga entender melhor o que a pessoa está vivendo.
Durante as conversas aja e fale de forma a não julgar os atos da pessoa, mesmo que você não concorde, acolha primeiro e depois de forma calma e ponderada coloque os pontos na mesa se houver espaço e ressalta seu desejo de querer ajudar.
Organize uma reunião
Se possível fale com seus amigos e familiares e organize uma reunião para discutir o que está acontecendo e medidas possíveis que podem ser tomadas, é importante saber a posição das outras pessoas interessadas e também como podem ajudar.
É aconselhável também realizar outra reunião após o que foi acordado, porém agora com a presença da pessoa em questão, para que seja exposto a ele o que foi abordado na reunião anterior e se for necessária uma intervenção.
A reunião é importante para que se definam as ações que podem ser tomadas na situação de dependência, pois é uma pessoa que está quase sempre em situação precária, financeira, emocional e biológica que precisa de um auxílio para se reerguer.
Como internar um dependente químico contra sua vontade?
É sempre um tópico cuidadoso quando precisamos falar de internação e muito mais quando se trata de uma internação involuntária, mas graças à lei 13.840/2019 é permitido internação involuntária em situação de dependência química.
De acordo com essa lei, sendo esgotadas as possibilidades de tratamento ambulatorial e bem como uma internação voluntária, é permitida a alternativa de uma internação involuntária.
Sendo para isso necessário a apresentação de um laudo médico, que comprove a necessidade de uma internação, mediante ao quadro de dependência química, precisando a internação ser realizada por um parente de primeiro grau ou responsável legal.
A internação involuntária em uma clínica de recuperação de drogas pode durar cerca de 90 dias pela determinação da lei, podendo o tratamento ser continuado caso passe a ser voluntário ou ocorra uma internação compulsória.
Onde encontrar uma boa clínica de recuperação de drogas?
Agora, depois das dicas e avisos, tenho plena ciência que consegue compreender a utilidade e o papel que uma clínica de recuperação de drogas oferece não só para o dependente em si, como para sua família.
Contudo, agora é a hora de encontrar uma clínica que satisfaça suas expectativas e que tenha um ótimo atendimento e modelo de tratamento coerente com as necessidades do paciente.
É por isso, que lhe indico a clínica hospitalar Grupo Recanto, localizada em Pernambuco e Sergipe, com clínica de reabilitação masculina e também feminina especializadas no tratamento da dependência química e também da saúde mental.
Desta forma, contamos com um modelo de tratamento baseado em um tripé terapêutico composto pelo: aconselhamento em dependência química, programa dos 12 passos e Terapia Racional Emotiva.
Além de mais de 13 anos de experiência mudando vidas para melhor!
Conclusão
Uma clínica de recuperação de drogas pode ser um pouco assustadora quando se pensa na primeira vez, mas, ao ler esse texto tenho a convicção que agora você entende o real propósito por trás dela.
Sem uma clínica de recuperação o dependente químico tem muito mais chances de ser preso por algum crime ou delito em função da dependência química ou até de morrer pelo agravamento da mesma.
O tratamento dessa patologia chamada dependência química não pode ser apenas visando o biológico, ou social ou ainda apenas o psicológico, será sempre necessário um tratamento que atenda todas essas áreas em conjunto.
A clínica de recuperação de drogas é o único lugar onde é possível encontrar tantos tipos de tratamento e de forma personalizada para cada pessoa, indo de acordo com o perfil e as necessidades.
Por isso, aconselho que na demonstração de alguns sinais e sintomas característicos da dependência química como vimos aqui, procure por ajuda especializada o mais rápido possível, converse com sua família e com a pessoa e depois procure uma clínica de recuperação de drogas.
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.